quinta-feira, 11 de março de 2010

PODEMOS JULGAR???

Bem, é difícil começar um artigo com o título acima, visto sermos alvos de críticas dos sectários e (infelizmente) dos cristãos também. É de notória compreensão que Jesus, no Evangelho de Mateus, capítulo 7 e versículos 1-5 mostra que devemos evitar certo tipo de julgamento, mas qual é esse tipo? E mais, existem “tipos” de julgamento? Sim, existem “tipos” de julgamento e quero tratar neste artigo de dois tipos:

1º) O JULGAMENTO FARISAICO INFERIOR

Denomino este julgamento assim, baseado nas palavras do próprio Cristo que disse: Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los. (Mateus 23: 1-4)

Nas palavras acima, eternizadas pelo Verbo Divino, percebe-se que os fariseus (que são hoje, todos aqueles que torcem e deturpam a Palavra de Deus [II Timóteo 4:3,4; II Pedro 3:16]) possuam um comportamento/caráter paradoxalmente contrário às suas palavras. Em vez de executarem um juízo correto, baseado na Lei de Moisés (contextualmente falando) que mostra o pecado humano (Romanos 3:20), usavam de astúcia maléfica e condenavam os outros que não cumpriam sua compreensão poluída da lei mosaica. É deste “tipo” de julgamento que Cristo condena não só nos versículos supracitados, mas também em Mateus 7:1-5, pois nos mesmos, Jesus enfatiza (vide versículos) que uma pessoa não poderia condenar outra estando na mesma prática pecaminosa.

O Apóstolo Paulo reitera e condena esse mesmo “tipo” em Romanos 2:1-3, se não vejamos: Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Observamos aqui uma hipocrisia sem tamanho por parte dos fariseus, pois condenavam sem praticar retidão. Isso também é confirmado em 2:21-24 (vide versículos). Ora, é certo que somos pecadores, mas condenar outros baseado em premissas (leia-se achologia) próprias é totalmente absurdo visto ser o julgamento humano distorcido e egoísta (Jeremias 17:9; Marcos 7:20-23).

Quando Jesus Cristo proíbe esse julgamento em Mateus apenas refere-se àqueles que o fazem estando no MESMO pecado. Se não é assim, como fica Sua afirmativa do “juiz” possuir um argueiro no seu olho em comparação com a trave no olho do próximo? O Mestre também chama de hipócrita os que olham com misericórdia para seus atos e lançam no inferno seus semelhantes que praticam os mesmo atos. Isso sim é hipocrisia!

2º) O JULGAMENTO BÍBLICO INCOMPARÁVEL

Esse é o julgamento aprovado por Jesus, pois está alicerçado em Suas Palavras: Não julgueis segundo a aparência, mas JULGAI segundo a reta justiça. (João 7:24, ênfase minha). Nessa frase imortal, Cristo categoricamente assevera que podemos julgar e/ou possuímos (leia-se os cristãos) uma base de julgamento incomparável que é a Sua Palavra! É ordem do Senhor que analisemos tudo com o firme propósito de discernir o mal do bem (Mateus 10:16).

Paulo reforça essa diretriz mostrando que devemos ser “sábios no bem, mas simples no mal.” (Romanos 16:19), “meninos na malícia, e adultos no entendimento.” (I Coríntios 14:20) e, por fim, “examinar tudo e reter o bem” ( I Tessalonicenses 5:21). O Autor da Epístola aos Hebreus mostra que os perfeitos (leia-se experientes) na fé cristã têm a capacidade de discernir tanto o bem como o mal (Hebreus 5:14). Porque podemos julgar? Porque o ser humano, quando criado pelo ETERNO, foi dotado de raciocínio, mente, intelecto, conhecimento, sabedoria, entendimento, etc. E por existir tanto mal no mundo faz-se absolutamente necessário uma mente centrada na Palavra de Deus. Isso Paulo afirma em Colossenses 3:1-3, Filipenses 4:8, etc., justamente mostrando que precisamos ter um norte, uma direção, e a melhor de todas é a Palavra de Deus (II Timóteo 3:15-17; 4:1,2).

Finalizando, deixo uma palavra aos sectários e opositores da fé cristã e até mesmo aos cristãos, que de meninos que são (I Coríntios 3:1-3; Hebreus 5:12,13) preferem um cristianismo “politicamente correto”(que na verdade é mundanismo mesmo): Podemos sim julgar mas segundo a diretriz excelente, a Bíblia. Meu propósito e o do Prof. Ednaldo Brasileiro, não é ofender pelo simples prazer vingativo de ver os sectários perdidos e nós salvos. Não, nosso propósito é, usados por Deus, humildes à Sua Palavra, não irmos além do que está escrito ( I Coríntios 4:6) e procurar com diligência, “lhes abrir os olhos, e das trevas os converter à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim. (Atos 26:18).

Evangelista Eduardo França (Pentecostal, Fundamentalista e Apologista-Polemista)

Related Posts with Thumbnails