sábado, 31 de agosto de 2013

A estratégia mundial de satanás (A Tua Palavra é a Verdade)




Deus entregou à humanidade o domínio sobre a terra e estabeleceu a teocracia como a forma de governo original deste mundo (Gn 1.26-29). Numa teocracia, o governo divino é administrado por um representante. Deus designou o primeiro homem, Adão, para ser Seu representante. Adão recebeu a responsabilidade de administrar o governo de Deus sobre a parte terrena do Reino universal de Deus.
Pouco tempo depois de ter dado esse poder ao homem, Satanás induziu Adão e Eva a se aliarem a ele em sua revolta contra Deus (Gn 3.1-13). Como resultado, a humanidade afastou-se de Deus e a teocracia desapareceu da face da terra. Além disso, com a queda de Adão, Satanás usurpou de Deus o governo do sistema mundial. A partir de então, ele e suas forças malignas passaram a governar o mundo. Conforme veremos a seguir, muitos fatores revelam essa terrível transição.

A Negação da Revelação Divina

O reinado de Satanás sobre o mundo tem ocorrido de forma invisível, incentivando o surgimento de cosmovisões e filosofias contrárias à verdadeira realidade.
O diabo tinha autoridade para oferecer o domínio sobre o sistema do mundo a quem ele quisesse, inclusive a Jesus Cristo, pois essa autoridade lhe tinha sido entregue por Adão (veja Lc 4.5-6). Foi por isso que Jesus chamou Satanás de “príncipe [literalmente, governador] do mundo” (Jo 14.30). João disse que o mundo inteiro jaz no maligno (1 Jo 5.19) e Tiago declara que todo aquele que é amigo do atual sistema mundano é inimigo de Deus (Tg 4.4).
Até este ponto de nossa história, o reinado de Satanás sobre o mundo tem ocorrido de forma invisível. Trata-se de um domínio espiritual que incentiva o surgimento de cosmovisões e filosofias contrárias à verdadeira realidade. As Escrituras nos ensinam que, no futuro, Satanás irá tentar converter esse domínio espiritual e invisível em um reino político, visível e permanente – dominando o mundo inteiro. Para alcançar seu objetivo, Satanás precisa induzir a humanidade a buscar a unificação sob um governo mundial. Ele também tem de condicionar o mundo a aceitar um governante político supremo que terá poderes únicos e fará grandes declarações a respeito de si mesmo.
Utilizando-se da tendência secular e humanista da Renascença e de algumas ênfases propagadas pelo Iluminismo, o diabo conseguiu minar a fé bíblica de porções importantes do protestantismo e também determinadas crenças do catolicismo romano e da Igreja Ortodoxa. O resultado foi que, no final do século XIX e no início do século XX, o mundo começou a ouvir que a humanidade nunca havia recebido a revelação divina da verdade.
No entanto, o único modo pelo qual a existência de Deus, Sua natureza, idéias, modos de agir, ações e relacionamento com o Universo, com a Terra e com a humanidade podem ser conhecidos é através da revelação divina da verdade. Por isso, a negação dessa revelação fez com que durante o século XX muitas pessoas concluíssem que o Deus pessoal, soberano e criador descrito na Bíblia não existe; ou, se existe, que Ele é irrelevante para o mundo e para a humanidade.
Essa negação da revelação divina da verdade resultou em mudanças dramáticas, que tiveram graves conseqüências na sociedade e no mundo. Em primeiro lugar, ela levou muitas pessoas ao desespero. Deus criou os seres humanos com a necessidade de terem um relacionamento pessoal com Ele, para conhecerem o sentido e propósito supremos desta vida. A declaração de que Deus não existe ou é irrelevante provocou um vazio espiritual dentro das pessoas. Esse vazio levou ao desespero e à extinção da perspectiva de alcançar o sentido e propósito supremos desta vida. Satanás, então, ofereceu a bruxaria, o espiritismo, o satanismo, outras formas de ocultismo, a astrologia, o misticismo oriental, os conceitos da Nova Era, as drogas, algumas formas de música e outros substitutos demoníacos para preencher esse vazio e fazer com que as pessoas sejam influenciadas por ele.

A Negação dos Absolutos Morais

A declaração de que Deus não existe ou é irrelevante provocou um vazio espiritual dentro das pessoas.
A negação da revelação divina da verdade resultou também na negação dos absolutos morais. O argumento mais usado é: se os padrões morais não foram revelados por um Deus soberano que determinou que os indivíduos são responsáveis por suas ações, então os absolutos morais tradicionalmente aceitos foram criados pela humanidade. Assim sendo, uma vez que a humanidade é a fonte desses absolutos, ela tem o direito de rejeitar, mudar ou ignorá-los.
O resultado dessa racionalização falaciosa é que a sociedade acabou testemunhando uma tremenda decadência moral. Ela passou a rejeitar a idéia de que apenas as relações heterossexuais e conjugais são moralmente corretas, passando a desprezar e ameaçar cada vez mais os que defendem essa idéia. Movimentos estão surgindo em todo o mundo para redefinir legalmente o conceito de matrimônio e para forçar a sociedade a aceitar essa nova idéia, a abolir ou reestruturar a família e proteger a propagação da pornografia.
O assassinato de seres humanos parcialmente formados (aborto) já foi legalizado em muitos países. Algumas pessoas ainda insistem em dizer que não existe questão moral nenhuma envolvida no suicídio assistido, na clonagem humana e na destruição de embriões humanos em nome da pesquisa de células-tronco. O assassinato e a mentira passaram a ser aceitos como norma. Essa falência moral ameaça as próprias bases da nossa sociedade.

A Negação da Verdade Objetiva e de Seus Padrões

A negação da revelação divina da verdade resultou na conclusão de que não existe uma verdade objetiva que seja válida para toda a humanidade. Cada indivíduo seria capaz de determinar por si mesmo o que é a verdade. Assim sendo, aquilo que é verdade para uma pessoa não é, necessariamente, verdadeiro para outra. A verdade passou a ser algo subjetivo e relativo.
A racionalização nos levou à conclusão de que não há padrão objetivo pelo qual uma pessoa seja capaz de avaliar se algo está certo ou errado. Agora ninguém mais pode dizer legitimamente a outra pessoa que algo que ela está fazendo é errado. Seguindo essa racionalização, nunca se deve dizer a outra pessoa que seu modo de vida é errado, mesmo que, vivendo dessa maneira, ela possa morrer prematuramente. Também não será permitido que alguém diga a um adolescente que o sexo não deve ser praticado antes do casamento. Afinal de contas, ninguém tem o direito de impor seus conceitos de certo ou errado sobre os outros.
Essa negação da verdade objetiva e do padrão objetivo de certo e errado é propagada através de uma “redefinição de valores” promovida por escolas, por universidades, pela mídia, pela internet, por várias publicações, por alguns tipos de música e pela indústria do entretenimento como um todo. Algumas universidades, inclusive, já adotaram uma política que abafa qualquer expressão do que é certo ou errado por parte de seus alunos e professores. Esse tipo de atitude resulta em censura e intolerância.
A negação da verdade objetiva e dos padrões objetivos de certo e errado motivaram alguns a defenderem que os pais devem ser proibidos de bater nos filhos quando estes fizerem algo que os pais acreditam ser errado.

A Redefinição da Tolerância

Satanás ofereceu a bruxaria, o espiritismo, o satanismo, outras formas de ocultismo, a astrologia, o misticismo oriental, os conceitos da Nova Era, as drogas, algumas formas de música e outros substitutos demoníacos para preencher o vazio espiritual e fazer com que as pessoas sejam influenciadas por ele.
Isso tudo também resultou em um movimento que visa forçar a sociedade a aceitar um novo conceito de tolerância. A visão histórica da tolerância ensinava que as pessoas de opiniões e práticas diferentes deveriam viver juntas pacificamente. Cada indivíduo tinha o direito de acreditar que a opinião ou prática contrária à sua estava errada e podia expressar essa crença abertamente, mas não podia ameaçar, aterrorizar ou agredir fisicamente aqueles que discordavam dele.
Porém, a tolerância passou por uma redefinição. O novo conceito diz que acreditar ou expressar abertamente que uma opinião ou prática de uma pessoa ou de um grupo é errada equivale a um “crime de ódio” e, portanto, deve ser punido pela lei. Grupos poderosos estão pressionando o Congresso americano, por exemplo, para fazer com que esse novo conceito torne-se lei. Isso ocorrerá se for aprovado o que passou a ser conhecido como “lei anti-ódio”. Uma vez que nos EUA já existem leis contra ameaças ou prejuízos físicos causados a pessoas ou grupos de opiniões e práticas distintas, é óbvio que o objetivo desse projeto é tornar ilegal a liberdade de crença e de expressão. Se esse projeto for aprovado, os EUA passarão a ser mais um Estado totalitário, comparado àqueles que adotaram a Inquisição e o comunismo. [Tendências semelhantes se verificam na maior parte dos países ocidentais – N.R.]
Já que o mundo foi levado a acreditar que não há verdade objetiva válida para toda a humanidade e nenhum padrão objetivo que sirva para verificar se algo está certo ou errado, cada vez mais defende-se a idéia de que todos os deuses, religiões e caminhos devem ser aceitos com igualdade. Por isso, todas as tentativas de converter pessoas de uma religião para outra devem ser impedidas e as afirmações de que existe apenas um Deus verdadeiro, uma religião verdadeira e um único caminho para o céu são consideradas formas visíveis de preconceito. O pluralismo religioso está se tornando lugar-comum hoje em dia.
Se não há nenhum padrão objetivo para determinar o certo e o errado, então qual base uma sociedade ou um indivíduo pode usar para concluir que matar é errado? Isso incluiu os assassinatos praticados por médicos que fazem abortos ou os massacres provocados por psicopatas em escolas e em lugares públicos? Pois, talvez alguns desses atos violentos sejam resultantes do fato de seus autores terem concluído que, se não existe um padrão objetivo para determinar o que é certo e o que é errado, para eles é correto assassinar.
Se essa espécie de lei anti-ódio for aprovada, ela terá conseqüências drásticas. As pessoas que virem esse tipo de lei sendo posta em prática acreditarão que esse é o caminho correto. Mas, durante as campanhas eleitorais e nas sessões legislativas, os políticos poderão fazer acusações uns aos outros ou dizer que as ações dos seus oponentes são erradas?

O Desejo de Unidade

A negação da revelação divina da verdade gerou uma crescente convicção de que o objetivo da humanidade deve ser a unidade. O Manifesto Humanista II diz:
Não temos evidências suficientes para acreditar na existência do sobrenatural. Trata-se de algo insignificante ou irrelevante para a questão da sobrevivência e satisfação da raça humana. Por sermos não-teístas, partimos dos seres humanos, não de Deus, da natureza, não de alguma deidade.[1]
O argumento prossegue:
Não somos capazes de descobrir propósito ou providência divina para a espécie humana... Os humanos são responsáveis pelo que somos hoje e pelo que viermos a ser. Nenhuma deidade irá nos salvar; devemos salvar a nós mesmos.[2]
À luz do pensamento de que a salvação da destruição total depende da própria humanidade, o Manifesto continua:
Repudiamos a divisão da humanidade por razões nacionalistas. Alcançamos um ponto na história da humanidade onde a melhor opção é transcender os limites da soberania nacional e andar em direção à edificação de uma comunidade mundial na qual todos os setores da família humana poderão participar. Por isso, aguardamos pelo desenvolvimento de um sistema de lei e ordem mundial baseado em um governo federal transnacional.[3]
O assassinato de seres humanos parcialmente formados (aborto) já foi legalizado em muitos países.
















Finalmente, o documento declara:
O compromisso com toda a humanidade é o maior compromisso de que somos capazes. Ele transcende as fidelidades parciais à Igreja, ao Estado, aos partidos políticos, a classes ou raças, na conquista de uma visão mais ampla da potencialidade humana. Que desafio maior há para a humanidade do que cada pessoa tornar-se, no ideal como também na prática, um cidadão de uma comunidade mundial?[4]
A existência de instituições internacionais, como a Corte Internacional de Justiça e as Nações Unidas, os meios de transporte rápidos, a comunicação instantânea e a internacionalização crescente da economia fazem com que a formação de uma comunidade mundial unificada pareça ser possível. O tremendo aumento da violência, incluindo a ameaça de terrorismo que paira sobre todo o mundo, pode levar a civilização a uma governo mundial unificado em nome da sobrevivência.

A Deificação da Humanidade

A negação da revelação divina da verdade criou uma tendência em deificar-se a humanidade. Thomas J. J. Altizer, um dos teólogos protestantes do movimento “Deus está morto” da década de 60, alegava que, uma vez que a humanidade negou a existência de um Deus pessoal, ela deve alcançar sua auto-transcendência como raça, algo que ele chamava de “deificação do homem”.[5] O erudito católico Pierre Theilhard de Chardin ensinava que o deus que deve ser adorado é aquele que resultará da evolução da raça humana.[6]
Com tais mudanças iniciadas com a negação da revelação divina, Satanás está seduzindo o mundo para que caminhe em direção à unificação da humanidade. Ela ocorrerá quando todos estiverem sob um governo mundial único que condicionará o planeta a aceitar seu líder político máximo, o Anticristo, o qual terá poderes únicos e alegará ser o próprio Deus.(Renald E. Showers - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)

Notas:
  1. Humanist Manifesto II, American Humanist Association [www.americanhumanist.org/about/manifesto2.html].
  2. Idem.
  3. Ibidem.
  4. Ibidem.
  5. John Charles Cooper, The Roots of The Radical Theology, Westminster, Philadelphia, 1967, p. 148.
  6. Idem.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A Congregação Cristã no Brasil - abandonou a doutrina da Suficiência da Escritura? (MCA)




Nos últimos anos, a Congregação Cristã no Brasil, aparentemente inexpugnável, viu sua paz atordoada por denúncias, erros e divisões.

Começou com denúncias que envolviam nomes de líderes históricos da denominação. Desvio de verbas, conspiração, e incertezas doutrinárias (quando comparadas com a história da própria denominação), passaram a ser assuntos públicos. A internet fez um grande serviço ao que as pessoas poderiam saber. A CCB mantém suas informações fechadas. O que aumenta as especulações.

O que minou a transparência da liderança da Congregação é o seu nepotismo, mais que exagerado. Apesar de afirmarem que os que recebem o ministério na CCB serem indicado por revelação, tais revelações parecem que estão muito ‘familiares’ (Veja: http://www.ccbverdade.com.br/nepotismo.htm)

A CCB que era historicamente ‘peixe piloto’, ‘sanguessuga’, da Assembleia de Deus, hoje vê sua denominação em grande concorrência com outros ministérios semelhantes, que ramificaram de seu próprio ceio. Seu arraial agora não tem exclusividade na identidade.

Congregação Cristã do Brasil - Ministério Jandira(http://ccmjandira.org.br/) é a grande, e mais forte, concorrente, da que está chefiada pelo Brás em São Paulo. Tendo como líderes anciães de raízes na crença da CCB. Com seus templos semelhantes, deixam claro que vieram para ficar. Veja o depoimento do ancião Samuel Trevisan nesse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=GixMykNtxS4

Visto que várias CCBs  Min. Jandira tem pipocado pelo Brasil, a CCB Brás lançou um Hinário de uso exclusivo. Não sei se este seria uns dos motivos, mas por certo vem “à baila”. O que tem gerado intrigas, por causa dos direitos autorais dos hinos.

Congregação Cristã Apostólica, denúncia a CCB Brás de fazer uma séria mudança doutrinária em 1995. Agora aqui entra nossa preocupação como Protestantes. Leia o trecho abaixo e entenda:

“A Bíblia “É” ou a Bíblia “CONTÉM” a Palavra de Deus?
Para respondermos a esta pergunta vamos retornar um pouco no tempo.
O nosso primeiro ponto de Doutrina, revelado pelo Nosso Deus, é originário da Assembléia Cristã de Chicago e está conosco desde 1927; veja sua redação a seguir, igual a que está no final do Hinário:
Nós cremos na inteira Bíblia e aceitamo-La como infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo. A Palavra de Deus é a única e perfeita guia da nossa fé e conduta, e a Ela nada se pode acrescentar ou d’Ela diminuir. É, também, o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. (II Pedro, 1:21; II Tim., 3:16,17; Rom., 1:16)
Vejam como eles (Anciães) querem que fique a redação no novo Hinário:
Nós cremos na inteira Bíblia Sagrada e aceitamo-La como contendo a infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo. A Palavra de Deus é a única e perfeita guia da nossa fé e conduta, e a Ela nada se pode acrescentar ou d’Ela diminuir. É, também, o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. (II Pedro, 1:21; II Tim., 3:16, 17; Rom., 1:16)”
A CCA-MR, lança contra a CCB a possibilidade desta não crer na inerrância da Escritura. E que a mesma estaria em conformidade com a Teologia Liberal.
Particularmente acredito em outra coisa. Dificilmente algum ancião da CCB conheceria algum autor Liberal (como Rudolf BultmannPaul Tillich). Eles não leem nada teológico – [se bem que um esgoto desses nem precisa ler mesmo!!!]
O que creio é que com essa mudança, a CCB estaria solidificando a crença deles de que a mensagem pregada na CCB é TAMBÉM a Palavra de Deus. Sabemos como os crentes da Congregação ‘buscam a palavra’ como se essa fosse a voz de Deus, tal como está na Bíblia ou é a Bíblia.
As especulações continuarão. Os mandantes da CCB no Brás não falam. Acreditam que o silêncio com o tempo resolverá as questões. Tanto que o site da denominação é uma prova de seu ostracismo, dizendo:
“A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não autoriza a divulgação pública através de meio eletrônico de qualquer informação a seu respeito, não estando autorizado a tanto quem, através de "site" não pertencente à CONGREGAÇÃO CRISTÃ, se afirme como "site" oficial. Quem o fizer estará atuando em nome, interesse próprio e responsabilidade pessoal. A CONGREGAÇÃO CRISTÃ se manifesta através de sua Administração ou Conselho de Anciães.” http://www.congregacaocrista.org.br/
O poder estará centralizado por muito tempo em torno do nepotismo. A Congregação Cristã no Brasil agora sente o que  seu fundador, Louis Francescon, fez com a Igreja Presbiteriana, e o que seus adeptos posteriores fizeram com a Assembleia de Deus.

sábado, 24 de agosto de 2013

Seitas e Heresias (Emunah)



I.         INTRODUÇÃO

O que é uma heresia? Para nós evangélicos, é toda doutrina que em matéria de fé sustenta opiniões contrárias à Palavra de Deus. No estudo de heresiologia (tratado sobre as heresias) procuramos apresentar uma descrição sintética das principais religiões e seitas, dando uma noção geral da história, literatura, doutrinas e outros conhecimentos que as caracterizam refutando-as com as verdades imbatíveis das Escrituras Sagradas.

Muitos crentes julgam desnecessário o estudo dessa matéria, afirmando que não nos interessa estudar heresias, mas apenas a Palavra de Deus. Sem querer criticar os que pensam assim, dentre muitos outros motivos, julgamos os seguintes, suficientes para nos levarem a estudar as religiões e seitas falsas.

Muitas seitas cristãs surgem pela má interpretação bíblica. A falta do conhecimento da hermenêutica e aplicação da exegese leva o cristão a se tornar um herético.

A palavra “hermenêutica” deriva do termo grego Hermeneutikós, por sua vez derivado do verbo Hermeneuo, significando: arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos. É a ciência que tem por objetivo descobrir o verdadeiro significado de um texto de modo geral e mais abrangente; fala da teoria da interpretação de sinais e, símbolos duma cultura e a arte de interpretar leis.

A exegese que significa: “guiar para fora dos pensamentos que o escritor tinha quando escreveu um dado documento, isto é, literalmente significa tirar de dentro para fora, interpretar”. É a disciplina que aplica métodos e técnicas que ajudam na compreensão do texto.

Do ponto de vista etimológico hermenêutica e exegese são sinônimos, mas hoje os teólogos renomados procuram fazer a seguinte diferença: Hermenêutica é a ciência de interpretação, enquanto Exegese é a arte de aplicar essas normas.

O cristão até pode estar bem intencionado, mas se lhe faltar estas duas faculdades, ele pode criar uma heresia e até mesmo uma seita.

II.      DEFINIÇÃO

Antes de identificar uma seita precisamos saber seu significado. Seita e heresia, ambas derivam do vocábulo grego háiresis, que significa escolha, partido, facção, corrente de pensamento, divisão, escola, grupo ou cisão.

A palavra heresia é uma adaptação do termo háiresis. Quando passado para o latim, háiresis virou secta. Foi do latim que veio a palavra seita.

Em termos teológicos, seita refere-se “a um grupo de pessoas que seguem as doutrinas anti-bíblicas defendidas por esse grupo, que incorrem em interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas”. “É uma perversão, uma distorção do cristianismo bíblico ou uma rejeição dos ensinos históricos da igreja primitiva”. “Qualquer religião tida por heterodoxa ou mesmo espúria”.
Baseados nesta explicação, podemos dizer que um cristão imaturo pode estar ensinando alguma heresia, sem, contudo, fazer parte de uma seita. Uma tal seita consiste num grupo de pessoas unânimes em torno de uma interpretação particular da Bíblia, caracterizando-se por distorções do cristianismo ortodoxo, no que se diz respeito às doutrinas centrais da fé cristã.

Quando pensamos em prevenção contra heresias, estamos naturalmente procurando chegar a tempo de evitar que cristãos sejam enganados com falsas doutrinas. Paulo, ao escrever aos cristãos de Corinto, recomendou que eles examinassem a si mesmos se permaneciam na fé, e dizia mais: “Provai-vos a vós mesmos” (II Co 13.5). Na verdade, Paulo antevia pelo Espírito Santo aqueles irmãos que se afastariam da fé por causa de “espíritos enganadores e doutrina de homens e de demônios” (Cl 2.22; I Tm 4.1).

Vivemos em um tempo de muitas distorções doutrinárias. Há um sentimento de insatisfação que motiva as pessoas a desejarem coisas espirituais, mesmo fora do cristianismo. As heresias surgem, então com roupagens de espiritualidade, mas, na verdade, são produzidas por “espíritos enganadores”.

O Jesus das seitas.

“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme. Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo” (2ª Pe 2.1-4).

As seitas distorcem as verdades fundamentais sobre Cristo reveladas na Bíblia, e isso resulta num outro evangelho (Gl 1.6-8) e num outro Jesus (2ª Co 11.4) que oferecem uma falsa salvação e um falso céu para seus adeptos.

III.   CARACTERÍSTICAS DE UMA SEITA

Como podemos caracterizar uma seita? Os estudiosos das seitas apresentam as mais variadas características desses grupos. Entretanto, queremos considerar pelo menos seis delas: acréscimo, falsa revelação, distorção, negação, dogmatismo, farisaísmo e legalismo.
O método mais eficiente para se identificar uma seita é conhecer os quatro caminhos seguidos por ela:

1.      Acréscimo.


Geralmente as pessoas com tendências heréticas gostam de acrescentar palavras, idéias e conceitos aos já escritos sem observância à regra da hermenêutica. Forçam as Escrituras a dizer o que ela não diz. Temos o exemplo de Guilherme Miller, Ellen White, Joseph Smith e outros mais que não se contentam em aceitar a Bíblia como revelação plena e total, preferindo adicionar palavras em nome de falsas traduções e interpretações. As Testemunhas de Jeová fizeram sua própria tradução da Bíblia, torcendo os fatos e negando as doutrinas fundamentais, tais como a divindade de Cristo, a doutrina da Trindade e outras.

2.      Pseudo-revelação.


Lamentavelmente, no meio cristão-evangélico, essa característica tem-se manifestado fortemente. Distorcem-se as manifestações espirituais, adicionando visões, revelações e vozes como idéias e conceitos que se chocam com as Escrituras. Esse tipo de experiência extra-bíblica tem provocado desapego à Palavra de Deus e apego às manifestações exteriores em nome do Espírito Santo. Nesse campo da espiritualidade, a falta de maturidade espiritual e teológica tem produzido líderes sem identidade bíblica, que forjam revelações espirituais, atribuindo-as a Deus e passando a ensinar doutrinas extra-bíblicas. Atribuindo tais revelações ao Espírito Santo, dividem, adicionam, subtraem e fomentam novas doutrinas.

As heresias sempre são justificadas por essas pseudo-revelações, que agridem os fundamentos doutrinários da Bíblia e induzem emocionalmente as pessoas ao delírio e ao excesso naquilo em que passam a acreditar. Fundamentados por essas pseudo-revelações, esses líderes heréticos se apresentam como canais diretos da revelação divina, dizendo que “Deus me falou ou me revelou”.

3.      Distorção.


As pessoas que tomam o caminho das heresias abandonam a luz verdadeira e desenvolvem uma visão torcida da verdade. A isso chamamos visão distorcida das verdades bíblicas. Deixam a luz e tomam o caminho das trevas, conforme João 3.19-21.

Tudo que se refere a Deus, a Jesus e ao Espírito Santo é totalmente distorcido, por isso alguns negam a Trindade, outros negam a divindade de Cristo e outros mais vêem o Espírito Santo como uma mera manifestação de força, de energia ou coisa semelhante.

4.      Divisão.


Tais seitas dividem a fidelidade entre Deus e a organização a que pertencem. Desobedecer à organização ou a Igreja equivale a desobedecer a Deus. Não existe salvação fora do sistema religioso da própria organização ou igreja.
Quase todas as seitas que pregam isso, sobretudo as pseudocristãs, se apresentam como uma restauração do cristianismo primitivo. Segundo ensinam, o cristianismo primitivo sucumbiu á apostasia, afastando-se dos verdadeiros ensinos de Jesus. Acreditam que, em determinada data, surgiram por vontade divina para que pudessem restaurar o que foi perdido. Daí a ênfase de exclusividade.

Os grupos heréticos acrescentam ou tiram as coisas da própria Bíblia, subtraem a Palavra de Deus, negando-lhe as evidências de ser autoridade plena e única. Os Mórmons têm o livro de Mórmon como uma escritura superior à Bíblia. Alguns evangélicos criam um regimento interno do que pode ou não pode como meio salvífico. Recentemente, um certo líder pentecostal apresentou uma nova revelação para a igreja atual como a maior revelação depois da Bíblia. A seita herética denominada Ciência Cristã, de Mary Baker Eddy, também coloca o livro Ciência e Saúde como livro de autoridade superior, e nega a existência do Diabo e da dor.

Existe uma teoria que nega a inspiração plenária da Bíblia, ensinando que esta é apenas parcial. Dizem que “partes da Bíblia são inspiradas, outras partes não”. Por esse modo, a revelação e a inspiração ficam prejudicadas com essa subtração efetuada pelos defensores dessa ideia.

Quase todas as seitas pregam que sua igreja é a única que Deus levantou, quase sempre por “revelações”, para restaurar a humanidade. Daí a ênfase da exclusividade. Outras, quando não pregam que são o cristianismo redivivo, ensinam que todas as religiões são boas e que a sua somente será responsável por unir todas as demais, dizendo que, segundo o plano de Deus, foram criadas para este fim.

O ladrão arrependido ao lado de Jesus na cruz entrou no céu sem ser membro de nenhuma destas seitas (Lc 23.43), pois o pecador é salvo quando se arrepende (Lc 13.3) e aceita Jesus como Salvador único e pessoal da sua vida (At 16.30-31). Deste modo, ensinar que a organização religiosa possa salvar é pregar “outro evangelho” (II Co 11.4; Gl 1.8). Isto implica dividir a fidelidade a Deus com a fidelidade à organização, além de tirar de Jesus Sua exclusividade de nos conduzir ao Pai (Jo 14.6). Não há salvação sem Jesus (At 4.12; I Co 3.11).

No comando das seitas está o espírito do erro e do engano. É o que podemos verificar em relação aos falsos profetas. Por isso as Escrituras Sagradas nos alertam, dizendo: “Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus”.

5.      Dogmatismo.


Não se trata do simples dogmatismo de doutrinas já consagradas da Bíblia. Existem pontos fundamentais dogmatizados nas Escrituras que são imutáveis e orientam a vida dos que servem a Deus. Porém, o perigo do dogmatismo está em tomar conceitos temporais e torná-los doutrinas que implicam na salvação das pessoas:

“Desse modo esquecemos que a salvação é pela graça e, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça não é graça” (Rm 11.6).

Esse tipo de pessoa é doentia e escravizadora, pois forma heresias a partir de idéias absurdas de homens, submetendo seu rebanho a perigos e ameaças.

6.      Legalismo instituído.


As seitas estabelecem regras para os seus adeptos, baseadas em absurdos, autoritarismos, intolerâncias, perversões e abusos de valores. São regras sem nenhum respaldo bíblico, que partem de idéias equivocadas de santidade, pureza moral e outras coisas.

IV.    SUSCETIBILIDADE PARA O ENGANO

Nos últimos tempos, a igreja tem sido ameaçada por perigos que contagiam os cristãos como uma virose que alcança muitas pessoas. Quando uma gripe virótica surge, muitas pessoas de estrutura mais frágil são facilmente contagiadas, porque são vulneráveis à mesma. No campo espiritual, muitos cristãos tornam-se suscetíveis ao “espírito do engano” por qualquer movimento espiritual que surja.

O perigo espiritual começa com o diabo, que é o pai da mentira (Jo 8.44). A primeira seita herética começou no Éden, quando Satanás, como a Antiga Serpente, tentou Eva e torceu o sentido da Palavra de Deus para levá-la ao desvio doutrinário juntamente com seu marido Adão. Ele aproveitou-se da simplicidade e pureza de mente do casal que, sem malícia alguma, não percebeu que o poder daquela serpente era do maior inimigo de Deus e da Sua obra. A serpente usou os desejos puros de Eva e, sob disfarce, de forma sutil, enganou o casal (Gn 3.1-15 e I Tm 2.14).

Os métodos de Satanás continuam os mesmos. Ele explora a inocência dos incautos e lança em suas mentes, dúvidas acerca de Deus e da Sua Palavra, torcendo o sentido real da Palavra de Deus e induzindo as pessoas ao engano.

V.       QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DAS SEITAS

Qualquer movimento que discorda dos pontos fundamentais da fé cristã, defendidos pelos três principais ramos do cristianismo, tais como: autoridade da Bíblia, Trindade: Pai Filho e Espírito Santo, pecado, santidade, inferno e salvação é seita.

Deus permite que essas coisas aconteçam para provar cada um de seus servos. É o que a Bíblia diz:

“Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma” (Dt 13.1-3).

O sobrenatural não é prova de que Deus esteja presente nesse ou naquele grupo religioso. Jesus diz, em Mateus 24.24, que esses falsos cristos e falsos profetas operam maravilhas tais, que, se possível, enganariam até os escolhidos. [Religiões e Seitas IBADEP].

No livro de Atos, a Bíblia traz um relato concernente a uma jovem que tinha um espírito de adivinhação. As expressões vocais demoníacas da jovem escrava eram consideradas a voz de um “deus”; por isso, os serviços dela como adivinha eram muito procurados, dando grande lucro aos seus donos. Através de Paulo, Cristo demonstrou aqui, mais uma vez, seu poder sobre o império do mal (At 16.16-19).

VI.    COMO PRECAVER-SE DE UMA SEITA

1.   Não dar crédito a todo o espírito.

“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo a fora”. (I Jo 4.1).

Nestes versículos temos um assunto vital para a vida da Igreja e do crente individualmente. Trata-se de provar os espíritos, isto é, sua procedência.

João percebera que alguns crentes estavam aceitando qualquer ensino e também qualquer manifestação espiritual. Deste modo, influências e doutrinas nocivas que pareciam certas e justas, estavam destruindo a fé. Muitos na igreja estavam recebendo de braços abertos os falsos profetas, sem antes verificar que eram falsários.

O apóstolo amado os adverte: “Não deis crédito a qualquer espírito”. Isto envolve a pessoa do enganador, sua doutrina, os princípios e ensinos que prega.

Provai (testai, examinai, verificai) os espíritos! Eles podem ser provados pela maturidade, sabedoria e graça do crente, pela Palavra de Deus, pelos frutos e dons do Espírito.

Por que provar os espíritos? Para ver se procedem de Deus, pois têm saído muitos falsos profetas pelo mundo afora. Se não procedem de Deus, o crente deve no mesmo instante rejeitar e repreender tal espírito e sua falsa doutrina.

Uma maneira de reconhecer esses “falsos profetas” é observar se seus ensinos estão de acordo com a ortodoxia bíblica. João, o apóstolo amado, preocupa-se com a igreja nos “últimos tempos”. Ele nos alerta acerca dos “espíritos enganadores” que se intrometiam na vida íntima das igrejas plantadas pelos apóstolos.

Quando João usa a palavra “espírito”, ele a usa no sentido qualitativo. A palavra “espírito” alude a pessoa sem referência e não conhecida, ou seja, falso. Ele chama os cristãos de filhinhos, para que não sejam levados pelo “espírito do erro”, que produz heresias e falsa doutrina. Todo ensino precisa ser comparado e examinado com a Palavra de Deus, e, se ele estiver fora, podemos chamá-lo de falso e herético.

2.   Recusar qualquer doutrina ou manifestação que não tenha respaldo bíblico.

Lamentavelmente, alguns grupos do pentecostalismo moderno, conhecidos como neopentecostais, abraçam todas as novidades espirituais surgidas. Porque o “Espírito Santo é livre para fazer o que quiser”, acabam se expondo ao sabor de crendices e heresias. O Espírito é livre, sim, mas sua atuação acontece mediante princípios que Ele mesmo estabeleceu nas Escrituras para as pessoas que O querem em suas vidas. O Espírito Santo não pode ser manipulado por ninguém e não age irracionalmente. Por isso, toda e qualquer manifestação espiritual tem que ter o respaldo bíblico. Caso contrário, constitui-se heresia, que precisa ser rechaçada e excluída da experiência cristã [Jornal Mensageiro da Paz; Fevereiro de 2004].

VII. COMO IDENTIFICAR UMA SEITA

Seria redundante dizer que para identificar uma seita, basta verificar se ela está fundamentada em heresias. Existem alguns aspectos muito comuns às seitas; dentre eles destacamos os seguintes:

1.   Jesus não é o centro das atenções.


As seitas, de modo geral, subestimam o valor de Jesus. Os orientais têm os seus deuses ou profetas que colocam acima de tudo, e os ocidentais ou substituem Cristo por outro “cristo” ou colocam o Filho de Deus em posição secundária, tirando-lhe a divindade e os atributos divinos, em conseqüência.

2.   Têm outras fontes doutrinárias além da Bíblia.


Crêem apenas em partes da Bíblia. Admitem e aceitam como “inspirados” escritos de seus fundadores ou de pessoas que repartem com eles boa dose daquilo que crêem. Algumas chegam a desacreditar da Bíblia, à qual fazem muitas restrições.

3.   Dizem ser os únicos certos.


Uma das principais características da seita é esta. Pode ter sido fundada há 5, 10, 50 ou 100 anos; não importa - é a única certa e ai daqueles que não lerem a sua cartilha! Tais pessoas deveriam pelo menos ter o cuidado de não serem tão presunçosas.

4.   Usam uma falsa interpretação.


As interpretações que fazem do texto bíblico, desprezando os princípios auxiliares da hermenêutica, têm levado inúmeras pessoas às vezes bem intencionadas a fundarem uma seita. De um modo geral isso acontece pela total ignorância das regras de interpretação do nosso próprio idioma que são ensinadas em nossas escolas.

5.   Ensinam o homem a desenvolver a sua própria salvação.


Não somente ensinam os homens a se salvarem mas prometem uma salvação inteiramente naturalista em seu conceito. É a vida deste mundo repetida, retiradas as feições desagradáveis. Através de suas obras e atitudes, e seguindo os ensinamentos da seita, os homens conseguem alcançar sua própria salvação.

6.   São proselitistas.


Uma das principais atividades das seitas é “pescar no aquário do outros”. Fazem seus neófitos não entre os doentes, aflitos, desesperados ou necessitados. Aproveitam a fé de que já é possuído aquele que têm em mira, e com um pouco de sutileza conseguem desencaminhar para o seu meio até mesmo muitos bons cristãos. Devemos estar com os nossos olhos bem abertos para com essa gente!

VIII.    COMO IDENTIFICAR UMA HERESIA

Não é muito difícil para o cristão sincero identificar uma heresia. Existem alguns aspectos básicos que observados mostrarão a moderna estratégia do diabo, que é a conquista das mentes. A batalha encetada no momento em todo o mundo é uma batalha mental, onde as falsas ideologias, falsas filosofias e falsas crenças subestimam a Palavra de Deus.

1.   Desarmonia com a Bíblia


No trato com as doutrinas da Bíblia, podemos dividir os argumentos da seguinte maneira:


a) Argumento Bíblico.
b) Argumento Extra-bíblico.
c) Argumento Anti-bíblico.

O argumento bíblico é aquele extraído da Bíblia, em uma interpretação correta e lógica, 
dentro das regras hermenêuticas. Foi o argumento usado por Jesus em uma sinagoga em Nazaré acerca de sua missão (Lc 4.16-22).

O argumento extra-bíblico é o argumento que não tem base na Bíblia, entretanto não se choca com seus ensinamentos, é mais humano do que divino. Muitos pregadores usam argumentos extra-bíblicos em seus sermões; isso deve ser feito com muita cautela e é necessário uma certa dose de segurança por parte de quem o está usando.


O argumento anti-bíblico: é aquele que fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades encontradas na Palavra de Deus (II Pe 2.1-3). Aqui encontramos as heresias que são anti-bíblicas, que desarmonizam-se com os ensinamentos do cristianismo. Algumas vezes são fundamentadas em um versículo ou uma expressão isolada da Bíblia, quando basta um pequeno conhecimento dos princípios auxiliares da Hermenêutica para refutá-las.

2.   Unilateralidade de apreciação doutrinária.


Em muitos casos a heresia é caracterizada pelo fato de “escolher” uma doutrina para nela descarregar suas atenções em detrimento das outras. Afirma-se, por exemplo, a divindade de Cristo, abandonando-se a sua humanidade ou vice-versa; dá-se ênfase à unidade de Deus e se obscurece a doutrina da Trindade; preocupa-se com o corpo do homem e se esquece de sua alma ou do seu espírito.

3.   Contradição com os fatos.


Histórias e doutrinas baseadas em fatos que não fornecem base para tal; incredulidade para com ensinamentos baseados em fatos reais, bíblicos ou com raízes bíblicas. Infelizmente bons cristãos têm sido enganados por coisas deste jaez.

4.   Incoerência lógica.


Nada impede que o bom senso e a razão sejam usados em matéria de religião. A maioria das heresias não resiste a um confronto lógico com a história, ciência, Bíblia ou com a religião propriamente dita. A Bíblia prevê o surgimento e a evolução das heresias como um sinal dos tempos.

5.   Não respeitam a inspiração da Bíblia.


As seitas além de mutilarem a Bíblia, rejeitam o cristianismo histórico-ortodoxo. Suas crenças são oriundas das supostas revelações, subjetivismo, e da mentalidade de seus fundadores e líderes.

Normalmente os ensinos de um herético estão acima da inspiração da Bíblia. Usam Bíblia apenas naquilo que lhes convém. É por isso que Paulo diz:

“E, do modo porque Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade” (II Tim 3.8).

São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé. Subtraem ou acrescentam ao texto, aquilo que a Bíblia não diz, e afirmam ser isso uma inspiração divina, desprezando todo o contexto escriturístico.

Se compreendermos a doutrina de Deus conforme a Bíblia ensina, todo o sistema anti-bíblico dos falsos ministros desmoronará por seu próprio peso. O erro principal das seitas é desprezar o que toda a Bíblia diz sobre um determinado assunto. Uma das principais regras da hermenêutica é: “A Bíblia é sua principal intérprete”, e o grande sábio Salomão nos ensina a respeito desta regra no seu livro do pregador em Eclesiastes 7.27, dizendo: “Eis o que achei, diz o pregador, conferindo uma coisa com outra, para a respeito delas formar o meu juízo”.

Os falsos ministros se caracterizam por uma falsa hermenêutica e seu ensino doutrinário é fruto de falsas interpretações. O apóstolo Pedro admite que há certas coisas difíceis de entender e que os ignorantes e inconstantes torcem as Escrituras (II Pe 3.16), mutilando-a, usando subterfúgios ou torcendo-a para sua própria perdição (Jd 17-18). Infelizmente, estes ignorantes nos conhecimentos bíblicos se apresentam como doutos, torcendo a Bíblia para provar seus erros, arrastando consigo multidões à perdição e ao inferno (Jd 4).

Não há livro mais perseguido pelos inimigos do que a Bíblia. Isto é devido à ignorância da sadia regra de interpretação. Essa dádiva do céu não nos veio para que cada qual use a seu gosto (II Pe 1.20).

É perigoso basear uma doutrina sobre a interpretação particular de um texto isolado. Assim, alguém sai do caminho e torce as Escrituras para fazê-las respaldar sua própria ideia, interpretação ou revelação. A insistência na interpretação particular tem ocasionado muitas divisões entre o povo de Deus. À semelhança de uma aranha fazendo sua teia, em meio a um extenso emaranhado existencial, cada pessoa vai tecendo, no íntimo de sua alma, uma espécie de teologia particular, manifestada mediante uma concepção de religiosidade pessoal. A estrutura dessa concepção é formada por um tipo de religiosidade com fachada cristã, que, embora contenha fragmentos bíblicos em seu arcabouço teórico, não tem sua essência baseada em princípios bíblicos, falta-lhe a indispensável coerência doutrinária.

A única fonte de autoridade é a Bíblia. Em Jesus Cristo a revelação divina chegou ao seu clímax e se completou (Hb 1.1). Nenhum cristão está autorizado a ir além do que está escrito (I Co 4.6). Este conceito é de fundamental importância, porque as seitas e muitas religiões falsas surgiram sob a égide de uma suposta "revelação”.

A religiosidade pseudocristã contém os seguintes elementos: a) Personalidade imatura; b) Incidentes religiosos ao longo da vida; c) Instrução insuficiente nas doutrinas básicas da Palavra de Deus.

Pr. Elias Ribas


Igreja Evangélica Assembléia de Deus Blumenau - SC
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