domingo, 20 de janeiro de 2013

"Meus" Sábados e "Seus" Sábados: Qual a diferença? (Igreja Evangélica da Paz)



Todos nós evangélicos que já mantivemos contato pessoal com os adventistas admitimos que o ponto central de diálogo com qualquer deles é perguntar se guardamos a lei de Deus, entendida por eles como expressão restritamente empregada para referir-se aos dez mandamentos.

Dizem eles, “o que têm os evangélicos contra os 10 mandamentos? Vocês gostariam de ter outro deus diante de Deus; curvar-se diante de imagens; tomar o nome de Deus em vão? Não desejam vocês honrar seus pais, ou querem matar alguém, cometer adultério, furtar, testemunhar falsamente, cobiçar?” E aguardam então a nossa resposta, que obviamente é: não! E então prosseguem: “o problema não é o sábado?”.
A nossa resposta é: Não! 

NOSSA RESPOSTA

A pergunta dos ASD é capciosa, pois os mandamentos do Antigo Concerto não abrangiam só dez mandamentos e sim 613 mandamentos. Mas, mesmo sendo capciosa essa pergunta, vai a nossa resposta com base em Mt 12.5: “Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?”
Perguntamos aos adventistas:
1 - Poderiam os sacerdotes no templo ter um outro deus diante de Deus, e ficar sem culpa?
2 - Poderiam curvar-se diante de um deus e ficar sem culpa? Poderiam tomar o nome de Deus em vão?
3 - Poderiam desonrar pai e mãe; matar alguém; cometer adultério; furtar, testemunhar falsamente; cobiçar e ficar sem culpa?
A resposta dos adventistas será, naturalmente: não!
4 - Poderiam os sacerdotes violar o sábado no templo e ficar sem culpa? A única resposta correta que os adventistas poderiam dar é: Sim! Como Senhor do sábado, isto é, com autoridade sobre o dia para determinar qual o grau de culpabilidade de quem trabalha no sábado foi, “se vós soubésseis o que significa: “Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor” (Mt 12.7-8). Jesus declarou inocentes os seus discípulos que foram acusados de violar o sábado assim como os sacerdotes de fazê-lo no templo, aos sábados, no exercício de suas funções”.

Isso verá na continuação.
Por incrível que pareça até pastores mal informados admitem que a única diferença doutrinária entre nós, evangélicos, e eles são a questão da guarda do sábado. Embora possua os adventistas um corpo doutrinário apoiado em 27 artigos de fé como indica o livro NISTO CREMOS, o que acham eles ser de interesse polemizar é exatamente a questão do sábado. É tão importante para eles que venhamos a guardar o sábado, que chegam a contabilizar o número daqueles, que, por sua propaganda em rádios, TVs e publicações, passam supostamente a entender que realmente é necessária a guarda desse dia como mandamentos da lei de Deus.

DISCIPULOS DE ELLEN GOULD WHITE OU SEGUIDORES DE JESUS?

Essa pergunta feita aos adventistas é encarada como uma afronta. Jamais, dizem eles, podemos ser considerados discípulos de EGW. Entretanto, o que se pode declarar que até a forma de guardar o sábado foi por ela estabelecida, além de ensinar ela que a guarda do sábado implica na conquista da vida eterna. Diz ela,
“Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna” (Testemunhos Seletos, vol. III, p. 22 – 2ª edição, 1956).
Não é, pois, sem razão a insistência dos adventistas junto aos evangélicos que isso venha acontecer: que passemos a guardar o sábado. Imagine se a guarda do sábado importa em salvação eterna, então a salvação não é mais pela graça como ensina Paulo em Ef 2.8,9. É por lei. E se é por lei então existe uma impossibilidade de obtermos a salvação eterna. É o que declara Paulo, “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei nenhuma carne será justificada”. (Gl 2.16) Ainda diz Paulo quanto aos que se baseiam na convicção de que a salvação eterna implica em guarda de dias, “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco”. (Gl 4.9-11).
Observamos, assim, que a linguagem bíblica é muito diferente dos escritos adventistas, mormente os escritos por Ellen Gould White. Embora os adventistas admitam que ela possui um grau de inspiração divina igual à inspiração dos escritores bíblicos:
“Nos tempos antigos, Deus falou aos homens pela boca de seus servos e apóstolos ‘Nestes dias Ele lhes fala por meio dos TESTEMUNHOS DO SEU ESPÍRITO.’ Não houve ainda um tempo em que mais seriamente falasse ao seu povo a respeito de sua vontade e da conduta que este deve ter”.(o maiúsculo é nosso) (Testemunhos Seletos, vol. II, p. 276, 2ª edição, 1956).

O QUE DIZ A BÍBLIA?
Taxativamente, a guarda do sábado semanal foi abolida por Cristo na cruz. É o que lemos dos escritos de Paulo em Cl 2.14-17,
“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”.
O texto em tela mostra que na lei existiam preceitos transitórios que não obrigam mais o cristão que vive sob a graça e não mais sob a lei (Rm 6.14-15; 1 Co 9.21-22).
“MEUS” SÁBADOS E “SEUS” SÁBADOS
Os adventistas discordam da nossa posição e argumentam da seguinte forma:
“Os ‘sábados’ de Col. 2.16 eram cerimoniais. Há estudiosos que alinham os sábados cerimoniais em sete, durante o ano judaico, e que no ano 30 de nossa era assim se teriam seguido: 15 de Nisã (sexta-feira), 21 de Nisã (quinta feira), 6 de Siva (sábado), 1o. de Tishri (domingo), 3 de Tishri (terça feira), 15 de Tishri e 22 de Tishri (domingo). De qualquer maneira, recaíam em dias diversos da semana. Deus descansou no sábado do sétimo dia, porém não fez o mesmo nos sábados anuais. Ao primeiro, Deus chama ‘Meus sábados’ Ezeq. 20.20; aos últimos, chama-os de ‘seus sábados’ Oseias 2.11; Isa. 1.13 etc.” (Subtilezas do Erro, p. 113, 1a. edição, 1965). (o negrito é nosso).

É risível a argumentação do eminente escritor Arnaldo Christianini, em seu livro ora indicado. Só para início de refutação imaginemos o texto de Jo 20.17, quando Jesus declara, “Não me detenhas, porque inda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Porventura, as palavras “meu” Pai e “vosso”Pai e “meu” Deus e “vosso Deus” se referem a Pais distintos e Deuses distintos? Outros empregos de pronomes possessivos “meus” e “vossos” se referem às mesmas coisas e a coisas distintas:

1. Exemplo:

“Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e aos seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”. (Is 56.7).
“Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta”. (Mt 23.38).
Perguntamos: Trata-se da mesma casa ou se trata de casas ou templos diferentes na cidade de Jerusalém?

2. Exemplo:

“E dir-lhes-ás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao Senhor: dois cordeiros de um ano, sem defeito, cada dia, em contínuo holocausto”. (Nm 28.3)
“Este é o holocausto contínuo, instituído no Monte Sinai, em cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR”. (Nm 28.6).
“E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas”. (Dt 12.6).
Perguntamos: Trata-se, porventura, de sacrifícios, dízimos, ofertas, votos, ofertas voluntárias, primogênitos de vacas e ovelhas diferentes ou dos mesmos holocaustos oferecidos ao SENHOR mencionados em Nm 8.6?

3. Exemplo:

“Guardareis os meus sábados, e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o SENHOR”. (Lv 26.2).
“Então a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; então a terra descansará, e folgará nos seus sábados”. (Lv 26.34-35).
Perguntamos: Comparando Lv 26.2 com Lv 26.34-35 poderiam os adventistas afirmar que são sábados diferentes por constar “meus sábados” e “seus sábados?” Das mesmas instituições se diz que são do Senhor porque foram ordenadas pelo Senhor e que são dos judeus, porque foram designados para os judeus.

Pastor Natanael Rinaldi é um dos pioneiros na apologética no Brasil e um dos maiores apologistas da nossa nação.
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