quarta-feira, 9 de março de 2011

Futebol, Política e Religião se discutem, sim!!!




Discussão possui a definição segundo o dicionário de língua portuguesa Aulete:

1) Ação ou resultado de discutir, de debater sobre um assunto ou tema;
2) Disputa verbal violenta e ruidosa;
3) Exame verbal de um assunto por meio de análise dos fatores positivos e negativos.


Eu citei esses três temas de discussão, pois essa frase é por demais usada como ditado popular (pasmem, até mesmo entre evangélicos!) para se evitar qualquer espécie de confronto, discussão, debate, disputa verbal e demais sinônimos relacionados. Quero dedicar-me apenas a última expressão Religião, pois a mesma tem gerado muitas interpretações por parte de um número variado de pessoas. Porém, quando se aborda o tema e aproxima-se de questões polêmicas, evita-se o entrechoque de opiniões. O que se percebe é, na verdade, um aparente “pacifismo extremado” por parte das pessoas que, ao evitarem a discussão/debate, pensam estarem sendo pacatas, promovendo a paz e convivência mútuas, mas (ou por ignorância ou deliberadamente) remando contra a “maré bíblica”. É notória essa filosofia nos tempos pós-modernos e relativistas em que vivemos no século XXI, tempos difíceis, trabalhosos, em que pregar o Evangelho Bibliocêntrico tem sido dificultoso, devido aos próprios “crentes” que adotaram essa cosmovisão como regra de vida até mesmo acima da verdade divina.


Percebo pela ótica escriturística ser necessário uma reestruturação do pensamento bíblico nos arraiais evangélicos da época presente. Precisamos urgentemente voltar às Escrituras. O modus vivendi precisa ser restaurado, pois como nos repreende o apóstolo: Não aprendemos assim a Cristo (Efésios 4:20).


“Os maiores intolerantes são os mais extremos tolerantes”. Essa frase ímpar e atualíssima somente vem abrir os nossos olhos para a incoerência dessa mentalidade vigente e tranquila dos aclamados por essa sociedade anticristã de “eruditos”. Nós, como Corpo em Cristo (Romanos 12:5) precisamos combater e guerrear pela Verdade. Essa foi a batalha mais árdua travada por Cristo contra satanás e seus adeptos que trajavam-se de aparente santidade, mas por dentro se revelavam verdadeiros sepulcros aos olhos Daquele que sonda os rins e os corações (Apocalipse 2:23). Essa realidade macabra afeta o crescimento e desenvolvimento da Igreja e produz blasfêmia por parte dos ímpios contra nós, cujas desculpas baseiam-se no proceder pecaminoso de muitos que em vez serem verdadeiros arautos da verdade, mais parecem comparsas do Maligno.


Na visão cristã o pensamento é totalmente oposto: Cristo debatia com os hereges, que possuíam conceitos heterodoxos, rejeitando tanto em palavras quanto em atitudes a luz que veio ao mundo (João 3:19). Porque o rejeitavam? Por que a luz reprova as obras daqueles que levam suas vidas nas sombras da maldade. Os tais odeiam a luz e não vem para ela como que por repulsa à mesma trazer à tona seu viver pecaminoso (João 3:20).
Quero citar aqui alguns versículos que provam que Jesus disputava com os fariseus e até mesmo começava o confronto pela interpretação correta da verdade:
E, estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus, dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi. Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés?
Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho? E ninguém podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-lo. (Mateus 22:41-46)

Nesse primeiro episódio, percebemos Jesus tomando a iniciativa de disputar com os fariseus pela real intepretação de uma verdade tão negligenciada por eles. Jesus é quem começa a disputa mostrando para eles sua autêntica origem messiânica, ao passo que eles, sem resposta, emudecem diante de mais cristalina das verdade: Jesus é o Messias profetizado desde há muito pelos arautos da verdade!

Em outra passagem, vemos Jesus questionando a autoridade dos fariseus:

E tornaram a Jerusalém, e, andando ele pelo templo, os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos, se aproximaram dele. E lhe disseram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? ou quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas? Mas Jesus, respondendo, disse-lhes: Também eu vos perguntarei uma coisa, e respondei-me; e então vos direi com que autoridade faço estas coisas: O batismo de João era do céu ou dos homens? respondei-me. E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que o não crestes? Se, porém, dissermos: Dos homens, tememos o povo. Porque todos sustentavam que João verdadeiramente era profeta. E, respondendo, disseram a Jesus: Não sabemos. E Jesus lhes replicou: Também eu vos não direi com que autoridade faço estas coisas. (Marcos 11:27-33)

Nesse outro confronto que perpassa-se pelo Templo, os fariseus é que iniciam o embate com Cristo questionando sua autoridade divina nos atos que tem praticado. A insistência no respondei-me, respondei-me demonstra Cristo dando continuidade a discussão com os inimigos da Sua Cruz e não apaziguando o combate. Nunca, nunca Cristo evitou uma discussão sequer com seus opositores, mesmo porque, não se tratavam de questiúnculas ou perguntas tolas e sem sentido, mas sim verdadeiras oposições ao conhecimento divino, por isso Cristo sempre se manifestava demonstrando não apenas sua falsa interpretação da verdade, bem como a imundícia dos seus corações influenciados por Satanás.

Em outras situações vemos Cristo entrando em disputa com seus adversários:

E saíram os fariseus, e começaram a disputar com ele... (Marcos 8:11)

Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar... (Marcos 12:28)

O que se percebe é que os mesmos que advogam esse “ecumenismo” são os que discutem suas ideias. Sem discussão ou debate não há aprimoramento de pensamentos. É necessária a divergência para que possamos nos apurar nossos conceitos.

Creio que uma das frases mais belas de Lutero aplica-se ao caso presente:

“Se não houvesse seitas, pelas quais o diabo nos despertasse, tornar-nos-íamos demasiadamente preguiçosos e dormiríamos rocando para a morte. A fé e a Palavra de Deus seriam obscurecidas e rejeitadas em nosso meio. Agora, essas seitas são para nós como esmeril para nos polir; Elas nos amolam e estão lustrando nossa fé e nossa doutrina, para se tornarem limpas como um espelho brilhante. Também chegamos a conhecer satanás e seus pensamentos e seremos hábeis em combatê-lo. Assim a Palavra de Deus torna-se mais conhecida.”

Não seja pacifista, seja moldado pela verdade bíblica e permita sua voz reverberar como trombeta arrematando: Religião discute-se sim!!!





Apologeta!

Evangelista Eduardo França é autor do DVD: Milagres: De onde eles procedem? (Categoria: APOLOGÉTICA. À venda nos sites: CACP, MCK e MERCADO LIVRE). Co-Fundador e articulista do blog Guardian Faith: www.guardianfaith.blogspot.com
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