quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A cadeira papal de Ellen White - Quem a sucedeu? (CACP)





A CADEIRA PONTIFÍCIA DE ELLEN WHITE
QUEM SUCEDEU ELLEN WHITE NA IGREJA ADVENTISTA?
Esta é a pergunta feita por A.B Christianini em seu livro: "Subtilezas do Erro". Tentando refutar a acusação de D.M Canright de que Ellen White chegara ao status de papisa no movimento adventista. Christianini arrazoa dizendo:
“Maldosas imputações lhe são feitas por ignorantes detratores, avultando a que a qualifica de papisa” [...] Bastaria perguntar: após a morte da Sra. White, quem lhe sucedeu no trono pontifício? Outra falsa acusação é a que coloca os seus escritos em pé de igualdade com a Bíblia.”[1]
É claro que ninguém ocupou o cargo de Ellen White nem durante e nem após sua morte. Como poderia? Ela não permitiria de modo algum! Era tão obcecada por este cargo que chegou a declarar certa vez:
“ Minha missão abrange a obra de um profeta, mas não termina aí.” [2]
Sucessoras de Ellen G. White
Mas isso não quer dizer que não houve tentativas…você sabia que outra mulher quase tomou o cargo de Ellen G. White como profetisa?!!!
Poucos adventistas sabem que Ellen White quando estava na Austrália, quase perdeu o seu posto de profetisa para uma moça chamada: Ana Rice. Muitos administradores influentes já haviam afirmado ter feito o “teste” e estavam convencidos que era uma nova profetisa na Igreja Adventista. As suas mensagens devocionais já eram lidas nas capelas dos colégios Adventistas, mas a sua carreira de profetisa entrou em declínio com as cartas de Ellen White, dizendo que não lhe havia sido mostrado que havia outro profeta. [3]
Essa cobiçada pretensão tinha lá seus benefícios, o cargo de profetisa no meio do movimento. Assegurava um tipo de controle sobre os adeptos.
Mais recentemente na década de 80, outra adventista quis dar outro “golpe de Estado” reivindicando o cargo de profetisa e sucessora de Ellen White. Vamos conhecer um pouco desta candidata e suas pretensões. Assim diz o livro “Sonhos e Visões” de Jeanine Sautron:
“A Sra. Jeanine Sautron, de nacionalidade francesa, adventista do sétimo dia de berço, é casada, mãe de três filhos e nasceu eu 1947, na Ilha de Reunião, no Oceano Indico, de propriedade da França, perto de Madagascar.
A Sra. Sautron foi por vários anos membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia de S. Julien, França, localidade perto de Genebra, Suíça. Seu endereço atual é Frandeus 74910, Seyssel, França.
Não obstante desde sua juventude mantivesse uma íntima comunhão com Jesus, somente a partir de 1985, com 38 anos, por ordem de Jesus, começou a divulgar seus Sonhos e Visões em fitas cassetes e transcritos.” [4]
Falando sobre os 3 pilares básicos do movimento adventista ela assevera:
“(3) Tem o Espírito de Profecia, que é o próprio Jesus falando a Sua Igreja de Laodicéia, através da Sra. Ellen G. White, de 1844 a 1915, e agora desde 1985, até a volta de Cristo, através da Sra. Jeanine Sautron.” [5] 
E prossegue:
“Assim como a Sra. Ellen G.White foi a profetisa da Igreja Remanescente nascente e militante, a Sra. Jeanine Sautron é a profetisa da mesma Igreja Remanescente triunfante” [6]
“Nos últimos dias tu és a minha porta-voz: ‘Assim diz o Senhor.’ Tu és aquela sobre quem Eu porei esta responsabilidade.” (ênfase no original) [7] 
Como se vê, parece que a cadeira de Ellen White ainda é bem cobiçada no meio adventista!
Seja como for, Ellen White não estava disposta a dividir este cargo com mais ninguém. Na verdade ela não gostava que seus membros tivessem opiniões independentes das dela e de seu marido.
A Manipulação da Mente
Ela de fato não era nem um pouco diferente de seus colegas “profetas” contemporâneos. Um fato interessante é que todo líder de seita não permite que as pessoas tenham pensamentos independentes, isso é interpretados como uma afronta aos seus líderes, uma verdadeira subversão.
Os Mórmons e as Testemunhas de Jeová deixam claro através de suas literaturas que os adeptos devem se guiar pela mente de seus profetas. Um líder sectário de nosso tempo chegou a declarar aos seus adeptos: “Eu sou o vosso cérebro”. [8]
Abuso de Autoridade
A Sra. White para se impor no movimento usava e abusava de seu cargo de profetisa. Ao que parece não era muito favorável a que outros tivessem seus pontos de vistas em questões doutrinárias.
Diz Dirk Anderson que: “Na década de 1850, um casal adventista, Sr. e Sra. Curtis, começou a estudar a questão das carnes imundas e chegaram à conclusão de que comer carnes imundas era errado. A Sra. Curtis queria deixar de comer carne de porco, mas aparentemente pensou que seria prudente consultar primeiro a profetisa de Deus. A Sra. White respondeu ao casal com um mordaz testemunho de seis páginas." Eis aqui parte do que escreveu:

“Se Deus requer que seu povo se abstenha da carne de porco, Ele o convencerá disso. Ele está tão disposto a revelar a seus honestos filhos qual é o seu dever quanto a mostrar a indivíduos sobre os quais não depositou o encargo de Sua obra qual é o deles. Se é dever da igreja abster-se da carne de porco, Deus o revelará para mais de dois ou três. Ele ensinará a sua igreja qual é o seu dever.”

E chega a seguinte conclusão: 
“O açoite como que a Sra. White tratou a família Curtis leva a especular que ela não era muito inclinada à ideia de que as pessoas chegassem primeiro a suas próprias conclusões teológicas sem a aprovação de Tiago e dela mesma. Isto era insubordinação e teriam que enfrentá-la.”[9] 
Certa vez Tiago White intentou deixar o trabalho de publicação o informativo “Revista do Advento e Arauto do Sábado” devido a vários problemas, mas Ellen White não era da mesma opinião, então logo após ter recebido a notícia ela conta a reação que tivera:
“Quando ele saiu da sala para levar a nota a redação, desmaiei”.
No dia seguinte ela impôs seu ponto de vista com uma de suas visões:
“Na manhã seguinte, durante o culto doméstico, caí em visão e fui instruída a respeito do assunto. Vi que meu marido não devia abandonar o jornal…” [10]
Outro caso foi quanto ao sábado. Um jovem adventista do primeiro dia ainda resistia a ideia de guardar o sétimo dia, mas então…:
“Um deles não estava de acordo conosco quanto à verdade do sábado…Ellen se levantou em visão, tomou a Bíblia grande, elevou-a perante o Senhor, e falou fazendo uso dela levando-a até aquele humilde irmão…” [11]
As visões de Ellen White era o árbitro em matéria de fé e doutrina. Veja o que diz certo livro adventista:
“Segundo Ford, ‘Ellen White mudou várias posições doutrinárias’ tais como o horário de início do sábado, o uso da carne de porco, benevolência sistema versus dízimo, o significado da porta fechada, a lei em Gálatas, etc. A concepção de Ellen White acerca de certos pontos das Escrituras de fato mudou, como resultado do estudo da Bíblia e da luz progressiva que ela recebia do Senhor. Vários dos exemplos de Ford são válidos, mas outros não o são. Os próprios escritores bíblicos por vezes encontravam-se em erro quanto a sua teologia, e tinham de ser corrigidos. O mesmo ocorreu com Ellen White. Por vezes ela não compreendia certos ensinos bíblicos até que eles lhe eram apresentados em visão.” [12] (o grifo é nosso)
“Ellen White teve participação no desenvolvimento da doutrina, mas não foi ela quem ‘lançou as bases da fé adventista’…Com suas visões, Ellen apenas confirmou o que já se havia estudado.” 
A Profetisa do Óbvio
É interessante notar que a maioria das visões de Ellen White só acontecia após os acontecimentos já estarem estabelecidos ou para sê-los ainda. Urgi rememorar que ela só teve suas visões do santuário celestial após outros, como Hiram Edson, terem tido a mesma visão sobre o santuário celestial.
Ela só teve sua revelação sobre a verdade do sábado após ter lido um folheto de Joseph Bates sobre o assunto, pois até então não cria na doutrina sabatista.
Ainda um outro pormenor que tem a ver com a questão do sábado. Após o episódio acima descrito ela ainda não praticava de modo correto a guarda do sábado, pois começava guardá-lo às seis horas da tarde. Também seu marido e Joseph Bates eram da mesma opinião. Mas após uma reunião onde todos decidiram que o sábado deveria ser guardado do pôr do sol ao pôr do sol ela teve uma visão de que isso era correto.
Ela alega também que Deus lhe revelou que não se deveria comer carne de porco, tomar chá e café. Mas isto só foi ensinado como revelação após ela ter lido vários livros de autores que já tratavam do assunto.
A Profetisa do Plágio [14]
Antes de Ellen White tomar vulto como profetisa dos adventistas, ela teve contato com um pastor batista negro por nome de William Ellis Foy. Foy (c. 1818-1893), norte-americano na faixa dos vinte anos de idade, recebeu diversas visões dramáticas em 1842, vários anos antes daquelas recebidas por Hazen Foss e Ellen Harmon. A primeira (18 de janeiro) durou duas horas e meia, e a segunda (4 de fevereiro) vinte horas e meia!
Pastor batista voluntário de talentos extraordinários, sua primeira visão foi relatada a uma congregação metodista. Depois desta visão, sua pregação, cheia de zelo e vigor, passou a centralizar-se na proximidade do Advento e na preparação para o acontecimento.
O Encontro
Algumas vezes antes de 22 de outubro de 1844, Ellen Harmon ouviu Foy pregar no Salão Beethoven em Portland, Maine. Algumas semanas depois, pouco antes da primeira visão dela em dezembro de 1844, Foy estava presente numa reunião realizada perto de Cape Elizabeth, Maine, durante a qual ela falou da primeira visão. “Quando ela começou, Foy ficou fascinado com o que ela dizia. Deixou-se levar pelo entusiasmo e empolgação que acompanharam a apresentação dela. Ela falou das coisas celestiais – de orientações, luzes, imagens – coisas familiares a Foy. … Arrebatado pela alegria do momento, ele não pôde mais se conter. De súbito, no meio da apresentação de Ellen, Foy bradou de júbilo, erguendo-se sobre os pés e ‘saltou inflamadamente para baixo e para cima’. Segundo Ellen se lembra: ‘Oh! Ele louvou o Senhor, ele louvou o Senhor.’
Foy – Profeta Verdadeiro?
É interessante que Foy é considerado profeta verdadeiro no meio adventista. Eles tecem comentários sobre ele que não deixam dúvidas quanto a isso:
“William Foy trabalhou como porta-voz de Deus para o movimento do Advento no período do pré-desapontamento, enquanto Ellen White se tornou a profetisa do pós-desapontamento.” – (Delbert Baker, “William Foy, Messenger to the Advent Believers”, Adventist Review, 14 de janeiro de 1988.) (destaque nosso)]
Até mesmo a própria Ellen White chegou a elogiar seu dom profético.
“Foram notáveis os testemunhos que ele deu.” (Depositários do Patrimônio Literário White, Arquivo Documental 231.)
Há, porém, um detalhe curioso que gostaria de destacar aqui. Se as visões de Foy foram realmente verdadeiras, e os adventistas não duvidam disso, há de se perguntar por que Deus revelaria a Foy em uma visão os santos subindo diretamente para o céu após sua morte quando a Sra. White diz que isto é doutrina falsa? Foy viu em uma visão a alma sobrevivendo à morte e imediatamente indo para o céu, contrariamente ao que Ellen White dizia lhe ter sido revelada como uma nova luz (Vida e Ensinos, p. 41).
Cabe aqui uma pergunta: qual das revelações é verdadeira sendo que ambos são considerados como profetas autênticos?
Mas voltando ao assunto das visões, não foram só os plágios literários que colocaram em dúvida a originalidade de Ellen White e conseqüentemente sua autoridade como profetisa de Deus como bem documentou o pastor adventista Walter Rea em seu livro: “The White Lie”, onde mostra listas intermináveis de plágios. Até mesmo nas visões Ellen White lançou mão deste recurso. Observe no quadro abaixo como as visões de Foy foram copiadas pela Sra. White:
William E. Foy
Extraído do livro: "Experiência Cristã de William E. Foy e o Relato das Duas Visões que Recebeu em 1842", publicado em 1845:

“Então contemplei incontáveis milhões de seres resplandecentes, que vinham trazendo um cartão em sua mão. Esses seres resplandecentes eram nossos guias. Os cartões que eles traziam brilhavam mais que o Sol, e os puseram em nossas mãos, porém não pude ler o nome deles.” (Págs. 10-11.)
Havia incontáveis milhões de anjos resplandecentes, cujas asas eram como ouro puro, e cantavam em alta voz, enquanto suas asas clamavam: “Santo”. (Pág. 18.)
Atrás do anjo, contemplei incontáveis milhões de carruagens brilhantes. Cada carruagem tinha quatro asas como se fossem de fogo flamejante e um anjo seguia atrás da carruagem. E as asas da carruagem, e as asas do anjo, clamavam a uma só voz, dizendo: “Santo”. (Pág. 18)
Então, no meio desse lugar sem limites, uma árvore, cujo tronco era como se fosse de vidro transparente, e os galhos como se fossem de ouro transparente, os quais se estendiam por todo o lugar ilimitado… O fruto parecia cachos de uva em bandejas de ouro puro. (Págs. 14-15.)
Com voz encantadora, o guia me falou e me disse: “Os que comem do fruto dessa árvore já não regressam mais à Terra.” (Pág. 15.)
… contra seu peito e segura por sua mão esquerda, trazia o que parecia ser uma trombeta de prata… (Pág. 18.)
Ellen G. White
Extraído do livro: "Experiência Cristã e Visões da Sra White", publicado em 1851.
"Todos os anjos comissionados para visitar a Terra têm sua mão um cartão dourado, que eles apresentam aos anjos que estão às portas da cidade, ao entrar e sair." (Págs. 37-39.)
Em cada lado da carruagem, havia asas, e debaixo dele, rodas. E ao rodar a carruagem para cima, as rodas clamavam “Santo”, e, ao moverem-se as asas clamavam “Santo”, e a comitiva de santos anjos ao redor da nuvem clamava: “Santo, Santo, Santo, Senhor Deus Todo-poderoso.” (Pág. 35.)
Num lado do rio havia o tronco de uma árvore, e outro tronco do outro lado do rio, ambos de ouro puro e transparente… Seus galhos se inclinavam até o lugar onde nós estávamos, e o fruto era glorioso; parecia ouro mesclado com prata. (Pág. 17.)
Pedi a Jesus que me permitisse comer do fruto. Ele me disse: “Agora não. Os que comem do fruto dessa árvore já não regressam mais à Terra… (Págs. 19-20.)
… em sua mão direita havia uma foice afiada; em sua esquerda, uma trombeta de prata. (Pág. 16.)
Objeções
Os adventistas retrucam a acusação de plágio da seguinte maneira:
“Existem algumas questões relativas aos Pearson (John Pearson, Jr., e C. H. Pearson) que publicaram o folheto de Foy: "The Christian Experience", e o “Pai” Pearson, mencionado em Life Sketches, págs. 70 e 71 e em: "Testemunhos Para a Igreja", vol. 1, pág. 64.
“Pai Pearson”, um antigo líder do pequeno grupo dos crentes de Portland, Maine, opunha-se aos que afirmavam estar “prostrados” pelo Espírito de Deus – até que ele e sua família passaram pela “experiência”.
Tiago White havia trabalhado com o filho do “Pai” Pearson, John Pearson Júnior, em 1843 e depois disso. John, o filho, juntamente com Joseph Turner, editavam: "Hope of Israel", um periódico do Advento, e publicou o folheto de William Foy em princípios de 1845.
Parece evidente que, se as visões de Ellen Harmon não passassem de cópia das primeiras visões de Foy, os Pearson teriam sido os primeiros a perceber a fraude, especialmente considerando que o Pai Pearson era tão sensível e desconfiado de visões e outras chamadas manifestações do Espírito. O Pai Pearson creu na autenticidade de William e continuou a apoiar solidamente Ellen Harmon.”
Ora, é óbvio que se Pearson havia com sua família passado pela mesma “experiência”, ele haveria de aceitar quaisquer destas experiências. Ainda mais de alguém que lhe era chegado como o esposo de Harmon, White. Isto de forma alguma é base sólida para defender os plágios que Ellen White fez das primeiras visões de Foy.
Conclusão
Apesar da IASD não aceitar Ellen White como tendo o status de papisa no movimento isto não quer dizer que ela não exerça ou exerceu esta função na igreja. Aliás, a última tentativa de defesa de Christianini quanto aos escritos dela estarem em pé de igualdade com a Bíblia é contradito pela própria organização adventista veja:
“Cremos que: …“Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação para os adventistas do sétimo dia.”… Negamos que: a qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas.” [15]
“Ao passo que, apesar de nós desprezarmos o pensamento dos pioneiros, nós aceitamos como regra de fé a Revelação – Velho Testamento; Novo Testamento e Espírito de Profecia”[16]
“…é óbvio que se Ellen White foi uma profetisa verdadeira, como cremos que ela realmente foi, qualquer tentativa consciente de minar a confiança em suas mensagens proféticas é uma reprovação direta a Deus que a enviou para ser uma voz profética em nosso meio” [17]
Talvez seja por isso que o candidato ao batismo precisa confessar a inspiração de EGW para poder se batizar.
Isso é incrível! A autoridade dos escritos de EGW quanto à inspiração é igual a dos escritores da Bíblia. Isso se parece ou não ao sistema papal?

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Perguntas rápidas sobre aniquilacionismo (CACP)




1) Você acredita que Jesus é Deus, a segunda pessoa da Trindade, que encarnou-se em forma humana? Também, como homem, acredita que Ele morreu? Então, será que Deus pode ser aniquilado, ainda que seja só por três dias???
2) Você sabia que na história da Igreja os cristãos nunca duvidaram da imortalidade da alma? Esse conceito só apareceu com o humanismo e iluminismo iniciados no século XVI?
3) Para nós evangélicos, tirando as implicações acima, essa problemática
doutrinária não faz diferença – sono da alma ou imortalidade… Agora, para os aniquilacionistas tais como, Adventistas e Testemunhas de Jeová, que possuem uma doutrina peculiar, isso seria uma problemática irreparável:
- Para os Adventistas – seria a questão do Juízo Investigativo – sem sono da alma essa doutrina fica irreparavelmente quebrada…
- Para as Testemunhas de Jeová – É a questão da doutrina do paraíso, afinal a onde seria o paraíso?
Pense nisso!!!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O estado da alma depois da morte (CACP)




Os adventistas afirmam que, depois da morte, somos reduzidos ao silêncio. Que morte é morte mesmo, incluindo a própria alma. Ao morrer, o homem deixa realmente de existir (EG White; “O Grande Conflito”; Editora Casa Publicadora, 1981, pág. 539, 540). Mas será isso correto de acordo com a Bíblia?

Refutação:
a. O espírito não morre nem dorme na morte do homem. Dormir se refere ao corpo – Mateus 27.52 e não à alma – Deuteronômio 34.5-6, comparado com Mateus 17.1-3;
b. O espírito se separa do corpo na hora da morte e continua a viver consciente de si mesmo e com todas as suas faculdades depois da morte, seja ímpio ou justo. Quando é cristão vai estar com Cristo no céu: II Coríntios 5.6-8; Filipenses 1.21-23; Lucas 23.43; Atos 7.59; II Coríntios 12.2-4, comparar com Atos 14.19; Hebreus 12.23; Apocalipse 6.9-11. Se é ímpio vai para o Hades estar em tormento – Lucas 16.22-25; II Pedro 2.17.
c. Para provar que não procede afirmar que o espírito do homem é o seu fôlego de vida ou o ar que respiramos e que é reintegrado à atmosfera por ocasião da morte física, basta substituir a palavra espírito nas referências bíblicas pela palavra fôlego ou sopro e ver o resultado: o texto fica sem sentido — Marcos 2.8; 8.12; Atos 17.16; João 13.21; II Coríntios 7.1; I Pe 3.4; Mateus 26.41.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Jesus ou Moisés: Quem é "as primícias dos mortos"? (CACP)




Moisés ressuscitou em glória antes de Jesus Cristo?


É notório que os Adventistas, como outras seitas e movimentos ateísticos, negam a vida após a morte. Um dos argumentos em favor da doutrina do “sono da alma” seria de que a doutrina da “imortalidade” é pagã. E isso poderia facilmente ser constatado pelos escritos de Sócrates e Platão (que teriam influenciado o cristianismo), filósofos helênicos que acreditavam piamente nessa cosmovisão. Diante desses fatos, argumenta o Adventismo que os cristãos deveriam negar veemente a doutrina da imortalidade da alma. Entretanto, se encararmos essa suposição como válida, também não poderíamos aceitar a doutrina do “sono da alma” pregada pelos “aniquilacionistas”, pois havia também filósofos pagãos que defendiam a mesma ideologia adventista da inércia após a morte. O filósofo Epicuro, por exemplo, acreditava em uma ideologia totalmente aniquilacionista – para ele quando alguém morria, morria completamente e plenamente (inclusive Paulo combate essa ideologia – I Coríntios 15.32). Então podemos concluir que se acreditar na imortalidade da alma é invalido pelo fato de filósofos gregos assim contemplarem a vida, nós também teríamos que negar a teologia adventista pelo mesmo motivo, pois Epicuro acreditava em algo similar ao esquema doutrinário classificado como “sono da alma”. O que vemos é que o argumento adventista é anulado pelo seu próprio silogismo.
A Bíblia tem inúmeras passagens que mostram que a alma não dorme após a morte (Cf. Lucas 16.19-31; Apocalipse 6.9,10; Filipenses 1.21-24; Mateus 10.28; etc…). Uma passagem que é bem problemática para os adventistas e para os “aniquilacionistas” são os textos de Deuteronômio 34.5 e Mateus 17.1-3 – leiamos:

Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR”. (Deuteronômio 34.5)
“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, e transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele”. (Mateus 17.1-3)
Os textos deixam explicitado que Moisés morreu e depois de morto apareceu para Jesus no monte da transfiguração.
Mas olhem o que dizem os adventistas sobre o porquê Moisés apareceu no texto de Mateus: “Moisés foi ressuscitado antes de ir ao céu – ver Judas 1:9” *. Ou seja, Moisés só pode aparecer para Jesus por estar vivo como estava vivo Elias (O profeta Elias foi levado ao céu sem ver a morte – Cf. II Reis 2).
Bem, mas por que esse pensamento sobre a ressurreição de Moisés não é teologicamente correto?
Primeiro, o texto de Judas 1.9 não fala em nenhum momento que Moisés ressuscitou, diz apenas de uma disputa sobre o corpo de Moisés - “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda”.
Segundo, a Bíblia informa que o único que ressuscitou e está na glória é o Senhor Jesus, que foi feito “as primícias dos mortos” – veja: “E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras… Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (I Coríntios 15.4,20). Mas ninguém ressuscitou ainda, além de Jesus – “Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda” (I Coríntios 15.23).
Por último, Jesus Cristo é chamado de “primícias dos mortos” (I Coríntios 15.23), mas se Moisés já estava ressurreto na glória então o apóstolo Paulo se equivocou, pois nesse caso Moisés deveria ser chamado de “as primícias” dos mortos.
O que percebemos é que a argumentação da ressurreição e ascensão de Moisés antes mesmo de Cristo não tem nenhum respaldo bíblico. É como diz a Bíblia – “um abismo chama outro” (Salmo 42.7) e uma heresia fomenta mais heresia.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Evidências em favor da consciência eterna do perdido (CACP)




Seitas como os Adventistas e as Testemunhas de Jeová afirmam que depois da morte somos reduzidos ao silêncio. Que morte é morte mesmo, incluindo a própria alma. Ao morrer, o homem deixa realmente de existir. Mas será isso correto de acordo com a Bíblia?

Evidências em favor da consciência eterna do perdido


Primeiro, o rico que morreu e foi para o inferno tinha plena consciência de seu tormento (Lucas 16:22-28), e não há indicação alguma no texto de que esse tormento um dia iria terminar.
Segundo, Jesus falou repetidamente que, para as pessoas no inferno, “haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 8:12; 22:13; 24:51; 25:30), o que indica que elas estarão lá conscientes.
Terceiro, a Bíblia diz que o inferno tem a mesma duração que o céu, ou seja, é “eterno” (Mateus 25:41).
Quarto, o fato de o castigo ser eterno indica que as pessoas também são eternas. Não se pode sofrer o castigo, a menos que a pessoa exista, para ser punida (II Tessalonicenses 1:9).
Quinto, a besta e o falso profeta serão lançados vivos dentro do lago de fogo quando começar o milênio (Apocalipse 19:20), e ainda estarão lá, conscientes e vivos, depois de mil anos (Apocalipse 20:10).
Sexto, as Escrituras afirmam que o diabo, a besta e o falso profeta “serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 20:10). Mas não há como ser atormentado pelos séculos dos séculos sem estar consciente pelos séculos dos séculos.
Sétimo – Jesus repetidamente referiu-se ao inferno como um lugar onde o fogo não se apaga (Marcos 9:48), onde os próprios corpos dos ímpios nunca morrerão (Lucas 12:4-5). Mas não faria sentido algum haver chamas eternas, se os corpos não tivessem alma, que é necessária para a pessoa sofrer o tormento.
Oitavo, a mesma palavra usada para o verbo “perecer”, a respeito do ímpio, no Antigo Testamento (hebraico: abad) é empregada também a respeito da morte do justo (veja Isaías 57:1; Miquéias 7:2). A mesma palavra é usada para descrever coisas que simplesmente tenham sido perdidas, mas depois encontradas (Deuteronômio 22:3), o que prova que “perdido” no texto em questão não significa deixar de existir. Assim, se “perecer” significasse “sofrer uma aniquilação total”, então o salvo seria aniquilado também. Mas sabemos que isso não acontece.
Nono, seria contra a própria natureza dos seres humanos a sua aniquilação, já que eles são feitos à imagem e semelhança de Deus, o qual é eterno (Gênesis 1:27). Para Deus, aniquilar a sua imagem no homem seria atacar o reflexo Dele mesmo.
Décimo, a aniquilação seria algo que diminuiria tanto o amor de Deus como a natureza do ser humano como uma criatura moralmente livre. Seria como se Deus dissesse ao homem: “Vou permitir que você ‘seja livre somente se você fizer o que eu digo! Senão, acabarei de uma vez com a sua própria liberdade e com a sua existência!” Seria como um pai que dissesse ao filho que queria que ele se tomasse médico e, quando o filho decidisse ser guarda florestal, o pai o matasse! O sofrimento eterno é um eterno testemunho da liberdade e da dignidade do homem, mesmo daquele que não se arrependeu.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Dormência da Alma (Psicopaniquia) [CACP]




O adventismo afirma, pela “profetisa” Ellen e por Spicer, respectivamente, que: “Os que descem à sepultura estão em silêncio. Não mais sabem de coisa alguma que se faz debaixo do sol (Jó 14.21). Bendito descanso para o justo cansado! Seja longo ou breve o tempo, não é para eles senão um momento. Dormem, e são despertados pela trombeta de Deus para uma imortalidade gloriosa”(1). “O Estado a que somos reduzidos pela morte é de silêncio, de inatividade e de inteira inconsciência”(2).
Pressupostos biopsíquicos 
A doutrina do “Sono da Alma”, dormente no corpo decomposto, física e quimicamente dissolvido e reintegrado aos elementos originais (pó da terra), é uma heresia antiga. Na Idade Média defendiam-na os psicopaniquianos. Pregavam-na alguns grupos anabatistas no tempo da Reforma. O irvingitas ingleses ensinavam-na (3). Alguns teólogos liberais defendem-na. Os adventistas tomaram-na, converteram-na em dogma e a popularizaram.
Filosoficamente, fundamenta-se tal conceito em dois princípios antropofísicos: 
1) A alma é simples respiração vital do corpo, não podendo ter existência e expressão independentemente dele.
 2) A consciência, o raciocínio e a compreensão são funções cerebrais. Morto o cérebro, ficam liquidadas a cognição e a volição, e a alma, na concepção adventista, entra em estado de inatividade completa.
Em oposição ao argumento materialista de que o espírito não se expressa sem cérebro, A Revelação nos ensina: Deus é Espírito incorpóreo dotado de inteligência e vontade (João 4:24). Os anjos são igualmente incorpóreos, porém, inteligentes, ativos e perceptivos. Também as almas ou espíritos humanos desencarnados levam para a existência, no estado intermediário entre a morte a ressurreição, a vitalidade consciente e a expressividade volitiva, isto é, conservam todos os elementos racionais de um ser inteligente e espiritualmente dinâmico. Sobre esta questão, falaremos depois.
Pressupostos bíblicos
Os adventistas citam muitos textos bíblicos, especialmente do Velho Testamento, para “provarem” a psicopaniquia. Os textos avocados, porém, não falam de “sono da alma”; descrevem, ou a inatividade do morto ou, analogicamente, comparam a morte ao sono do homem, ser uno e integral no conceito veterotestamentário, não separadamente de sua alma. Cristo, por exemplo, disse que seu amigo Lázaro havia “adormecido”. Ele não afirmou, como induzem os adventistas, que “a alma de Lázaro” dormia. Incompreendida, por seus discípulos, sua linguagem figurada (João 11.12-13), o Mestre falou claramente: “Lázaro morreu”(Jo 11.14). Aqui, incontestavelmente, é sinônimo de morte. E se “sono” é igual a “morte” neste caso, deduz-se que deve ser em todos os outros em que a palavra “sono” seja usada para significar “morte”. Lembremos que a morte de Lázaro aconteceu, segundo os planos divinos, para que o Filho de Deus revelasse seu poder sobre a morte e fosse glorificado (João 11.4), não sobre um suposto sono. Um caso semelhante de morte de quem se destina à ressurreição preordenada por Cristo é a da filha de Jairo. Sobre ela também Jesus afirma: Ela não está morta, mas dorme (Lucas 8.52; leia: 8.49-56). Mais uma vez, repetimos, o Salvador não disse: a alma da menina dorme, mas: “ela não está morta, mas dorme”. A tese de que “a morte dos que se destinam à ressurreição” pode ser comparada a um sono, pois seus corpos não permanecerão indefinidamente sob o seu poder, vale para entendermos Paulo, quando se refere à ressurreição dos justos: "Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem”(I Tessalonicenses 4.13-15). A morte dos justos, cujos corpos aguardam a ressurreição prometida e garantida por Cristo para a vida eterna glorificada, é comparada a um sono. Foi nessa convicção que Estevão “adormeceu”(Atos 7.60). A analogia com a morte e a ressurreição temporária de Lázaro e da Filha de Jairo é pertinente. Não se diz, no Novo Testamento, do ímpio morto que ele “dorme”. No Antigo Testamento, em que a doutrina da ressurreição não estava bem desenvolvida e, portanto, não fazia parte da confissão de fé de Israel, o verbo dormir usou-se para significar a morte de justos e injustos (Daniel 12.12). Há, porém, um problema exegético, que nos impede de firmar doutrina sobre este texto: Daniel fala da ressurreição de “muitos”, não de “todos” os mortos. Daniel não fala de “dormência da alma”, mas de “dormência do homem”. A esperança da ressurreição leva-nos a considerar a morte um estágio temporário de separação corpo-alma, um “sono” analógico. O mesmo não acontece com os réprobos, cujas almas aguardam a ressurreição para juízo final; e, portanto, não a desejam, não depositam nela qualquer esperança.

Os textos do Saltério servem mais as Testemunhas de Jeová, para os quais a alma não passa de “respiração” de homens e de animais, que para os adventistas, que defendem sua existência e permanência, mesmo em condição de sonolência durante o período intermediário, pois falam do morto como inexistente. Ei-los: 
"Porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará?" (Salmo 6.5)
"Poupa-me, até que tome alento, antes que me vá, e não seja mais." (39.13)
"Porque a minha alma está cheia de angústia, e a minha vida se aproxima da sepultura. Estou contado com aqueles que descem ao abismo; estou como homem sem forças,livre entre os mortos, como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais te não lembras mais, e estão cortados da tua mão. Puseste-me no abismo mais profundo, em trevas e nas profundezas. Sobre mim pesa o teu furor; tu me afligiste com todas as tuas ondas. (Selá.) Alongaste de mim os meus conhecidos, puseste-me em extrema abominação para com eles. Estou fechado, e não posso sair. A minha vista desmaia por causa da aflição. SENHOR, tenho clamado a ti todo o dia, tenho estendido para ti as minhas mãos. Mostrarás, tu, maravilhas aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? (Selá.) Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição? Saber-se-ão as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do esquecimento? Eu, porém, SENHOR, tenho clamado a ti, e de madrugada te esperará a minha oração." (88.3-13)
"Se o SENHOR não tivera ido em meu auxílio, a minha alma quase que teria ficado no silêncio." (94.17)
"Os mortos não louvam ao SENHOR, nem os que descem ao silêncio." (115.17)
"Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos." (146.4).
 Há adventistas que sustentam a mesma doutrina russelita: a alma é um “fôlego de vida”, extinguindo-se, portanto, com a morte. Neste caso, não podem falar de ressurreição, mas recriação. Os salmos 94.17 e 115.17, chamam o sepulcro ou sheol de “região do silêncio”: silêncio do “morto” não de sua “alma” separadamente. Veremos, a seguir, a “Consciência da Alma” depois da morte.
A Alma no estado intermediário
1. Estado de Consciência.
A morte, conseqüência do pecado, estabelece a temporária separação da unidade original “corpo-espírito” ou “corpo-alma”( pneumossoma ou psicossoma). Deus, por sua infinita misericórdia e inefável graça, não permitirá que os efeitos da Queda permaneçam danificando seus eleitos. Ele os reunificará, incorruptíveis, pela ressurreição do último dia. Enquanto, porém, perdurar a separação, o espírito, dado pelo Criador, ficará sob sua proteção, aguardando o dia da reunificação, quando se restabelecerá a condição ideal, conforme a criação. O espírito, provisoriamente separado de seu corpo pelo qual veio à existência e se expressou vitalmente como ser humano, tendo voltado para Deus (Ec 12.7), encontra-se, no “Seio de Abraão”, em pleno gozo de suas faculdades cognitivas e volitivas, esperando a promessa de sua idealidade, a plenitude de sua realidade final: humanamente perfeito no ser ressurreto.
Provas bíblicas da consciência do espírito ou alma
Do Velho Testamento:
“Tu me farás ver a vida; na tua presença há plenitude de alegria; na tua destra, delícias perpetuamente.” Não pode haver plenitude de alegria e delícias perpetuamente para uma alma dormente ou liquidada." (Salmo 16.11)
“Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória.” Deus recebe na glória quem “fica dormindo no túmulo?" (Salmo 73.24)
“Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos.” (Salmo 116.15).  Seria preciosa ao Senhor um morto no sepulcro com sua alma dormindo nele, inexplicavelmente presa à matéria, somente saindo com ela na ressurreição?
“E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu.” (Eclesiastes 12.7). Se volta a Deus, não fica dormindo ” no leito” do corpo dissolvido.
Do Novo Testamento:
Em Dt 31.16, Deus predisse que Moisés, em breve, estaria “dormindo” com seus pais. Na interpretação adventista, sua alma estaria dormente no sepulcro. No entanto, ele aparece, transfigurado, no Monte da Transfiguração:
“Apareceu-lhes Elias e Moisés, e estavam falando com Jesus.” (Marcos 9.4) Não consta que Moisés ressuscitou, maneira de se “despertar do sono”, conforme a tese adventista; e mais, falou com Jesus. Elias foi transladado (II Reis 2.11), mas Moisés “dormia”, com seus pais, isto é, estava morto. Como então apareceu “falando” com Jesus?
“Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? (Mateus 22.32). E: Ele não é Deus de mortos, e sim, de vivos” (Mateus 8.11). Deus de vivos, não de almas letárgicas inconscientes ou totalmente liquidadas, presas aos elementos físicos de seus cadáveres.
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. (Lucas 23.34) No paraíso, isto é, no jardim do Rei, nos céus, não em sono sem sonhos na matéria putrefeita.
“Pai, na tua mão entrego o meu Espírito! E, dito isto, expirou”. (Lucas 23.46) Cristo, como verdadeiro homem e não uma fantasia humana, no conceito adventista, deveria entrar em profundo estado letárgico, entregar o seu espírito ao sono sepulcral. Pelo contrário, entregou-o ao Pai, levando com ele o companheiro de cruz para o Paraíso celeste: “Hoje estarás comigo no Paraíso.”
“Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” (Filipenses 1.22-23) Partir e estar com Cristo, não ficar dormindo no leito tumular.
“Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (Leia II Coríntios 5.1-8). Deixar o corpo e habitar com o Senhor, certamente no seu Paraíso. A alma adventista, na verdade, não deixa o corpo: fica dormindo nele até a ressurreição.
"Foi e pregou aos espíritos em prisão.” (I Pedro 3.19). Espíritos que rejeitaram a mensagem de Noé para que conhecessem o Juiz de todos os seres humanos. Espírito vivos, conscientes, não almas dormentes.
“Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamavam em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgar, nem vingas o nosso sangue dos que habitam a terra? Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.” (Apocalipse 6.9-11). Almas conscientes e ativas sob a proteção de Deus, isto é, “debaixo do altar”, reclamavam a justiça divina sobre seus algozes. Cristo aconselha tais almas a aguardarem com paciência e tranqüilidade porque a solução final do julgamento somente aconteceria quando se completasse o número dos eleitos e mártires. Aqui se explicita claramente que as almas dos justos mortos vão para o altar celeste, onde ficam sob a proteção do Salvador. Lendo texto como este, ainda é possível acreditar na dormência ou inconsciência da alma?
“Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos”. (Apocalipse 20.4b) Almas dos que morreram por martírio, vivendo e reinando com Cristo durante mil anos.
Consciência no Céu e no Inferno
Jesus Cristo, o Verbo encarnado, Mestre incontestável, esclareceu-nos convincente e definitivamente sobre a situação consciente dos mortos, justos e injustos, no estado intermediário por esta extraordinária parábola, o Rico e Lázaro:
“Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou em tormento nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós. Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, Pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos”. (Lucas 16.19-31)
Negar esta parábola com o objetivo de rejeitar a situação dos mortos no estado intermediário é menosprezar a revelação direta sobre a matéria, feita pelo próprio Deus encarnado em Jesus Cristo. Deturpar-lhe o significado, como fazem alguns, é corromper a Palavra de Deus. Aceita nos seus termos, como realmente deve ser, ficam estabelecidas as seguintes doutrinas, rejeitadas pelos adventistas:
Na morte, Corpo e Alma separam-se: “Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado” (v. 22). Cristo, pois, não defende a tese adventista de que a alma fica dormindo com o corpo: separa-se dele. Tal separação, porém, dura somente enquanto durar o “Estado Intermediário”, que será interrompido pela ressurreição tanto de justos como de injustos, e num único dia. Os justos ressuscitarão para o gozo eterno; os ímpios para o juízo eterno.
As Almas ativas e Conscientes: Vejam as atitudes volitivas e cognitivas da alma do rico:
1) Ver: “Levantou os olhos e viu”(v. 23) 
2) Clamar: “Pai Abraão…” (v. 24) 
3) Requerer: “Manda a Lázaro…” (v. 24) 
4) Sentir: “Estou atormentado” (v. 24) 
5) Interceder: “Imploro que o mandes à minha casa paterna (v. 27)
6) Discutir com Deus (Abraão na parábola): “Não, Pai Abraão; se alguém dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão." (v. 30). 
Quer uma alma mais consciente e ativa que essa? O rico, certamente, preferiria o “sono”, mas isto não lhe foi possível.
Céu e Inferno: Jesus ensinou a existência do Céu, onde Lázaro recebe o consolo divino, repousado no seio de Abraão, isto é, como convidado privilegiado do Pai (vs. 22 e 25), aguardando dias melhores ainda, quando a idealidade humana completar-se na ressurreição; e do Inferno (hades), onde o rico se encontra em tormento (vs. 22-23 e 25), aguardando dias piores.
Castigo Eterno: ” Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebestes os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; e tu, em tormentos” (vs. 25). O castigo imposto à alma pela justiça divina no Hades, continuará na Geena depois da ressurreição.
Os que pregam o “sono da alma” no tempo intermédio entre a morte e a ressurreição e, portanto, a sua inconsciência; os que proclamam a “inexistência” do inferno e das penalidades eternas, gostariam que a Parábola do Rico e Lázaro não constasse dos escritos sagrados, mas não são poucas as tentativas de negar-lhe a autoridade doutrinária com a alegação de que Jesus não a contou para falar da vida futura no Estado Intermediário. Impossível, porém, negar o inegável.
Conclusões sobre o estado intermediário e final da alma
As Almas dos Justos Estão no Céu:
A) O ex-ladrão convertido na cruz foi convidado por Cristo a estar com ele no Paraíso imediatamente após a morte (Lucas 23.43). E o Paraíso é o Céu: Conheço um homem em Cristo que, há quatorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe); e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe), foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir” (II Coríntios 12.2-4).
B) As almas dos redimidos, aperfeiçoadas, estão incluídas no rol da Igreja celeste: “À universal assembléia e Igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, Juiz de todos, aos espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hebreus 12.22b,23).
As Almas dos Ímpios estão no Inferno:
Veja a situação da alma do rico (Lucas 16.23,25). Compare o ensino do divino Mestre na parábola do Rico e Lázaro com o que nos revela a Bíblia. (I Pe 3.19-20; II Pe 2.9).
Punição eterna: A bênção do salvo é eterna, mas a maldição do réprobo também é eterna; começa no Estado Intermediário com o tormento do Hades, continua no fogo da Geena, depois de ressurreto. Sobre as penalidades eternas, ouçamos o Mestre dos mestres: “Se a tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível [ onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. E se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na vida aleijado do que, tendo os dois pés, seres lançado no inferno [ onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. E, se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos teus olhos do que, tendo os dois, seres lançado no inferno, onde não lhes morre o verme nem o fogo se apaga” (Marcos 9.43-48). O fogo e a imundícia do Vale de Hinom são tomados por Cristo para ilustrar o castigo eterno dos ímpios. Mais duas sentenças de Cristo: “Então, o Rei dirá também aos que estiverem à esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos” (Mateus 25.41). “E irão estes para o castigo eterno, porém, os justos, para a vida eterna." (Mateus 25. 46; cf. Daniel 12.2; Mateus 5.22; 8.11-12; 18.8-9; Lucas 3.17; Hebreus 10.27; Judas 7; Apocalipse 19.20; 20.10,14-15; 21.8).
Nada, segura e indiscutivelmente, há no Novo Testamento sobre: dormência da alma, inexistência do inferno; extinção dos ímpios. Para nós, a Escritura é a única regra de fé; para os adventistas: a Bíblia, como documento de confirmação, e a Palavra canônica de Ellen White (terceiro testamento), como revelação fundamental, são “regras de fé”.
—————————————————————————-
(1)- White, Ellen, “O Conflito dos Séculos” 11ª Ed., C. P. Brasileira, SP, 1972, pág. 549).
(2)- Spicer, citado por J. K. Van Baalen em “O Caos das Seitas”, Imprensa Batista Regular, 2ª Ed, 1974, S.P., pág. 151.
(3)- Berkhof, Louis, Teologia Sistemática, Luz Para o Caminho, 4ª Ed., 1996, S.P, pág. 695.

Onezio Figueiredo
Related Posts with Thumbnails