sábado, 23 de novembro de 2013

Clichês, bordões ou jargões pseudointelectuais no meio cristão [Parte I] (Tudo é Fé)




Quem nunca ouviu de alguém, em meio a uma conversa que flui para o lado religioso, a expressão "religião não se discute''?
Ou talvez um "Deus olha o coração'', normalmente dito por quem sequer tem afinco na obra e na fé em Deus?
Ou quem sabe o "não julgue para não ser julgado".
Não é raro ouvir isso, não é mesmo?
E o interessante é que, normalmente são expressões ditas por quem não é cristão, não vive uma vida para Deus, com Deus, e usam tais expressões para não permitir que um conceito ou ato errado seja corrigido ou criticado.
Analisando cada um dessas expressões, vemos que por trás da ''beleza'' de mencioná-las, há erros básicos:


1) Religião (bem como futebol e política) não se discute:

   Primeiro que, isto deixou de ser verdade há tempos, pois política é discutível, senão sem informação e discussão sobre o que é viável, todos se tornam meros leigos, fantoches do sistema político. Atualmente só é fantoche quem quer neste meio.
Futebol então, é mais discutido que política ultimamente.
Mas e religião?
Me lembrei de um ocorrido estes dias em que um rapaz mencionou que ele pode fazer o que quiser da vida, pois Deus deu o livre arbítrio, e que ele sendo batizado em uma igreja (não me recordo o nome) já estaria desta forma, salvo. Porém quando lhe perguntei se ele leu o versículo todo do ''tudo é permitido, mas nem tudo convém'', ele simplesmente veio com este jargão "religião não se discute", embora eu seja da mesma religião que ele diz seguir. 

Oras, " Ora, Paulo segundo o seu costume, foi ter com eles; e  por três sábados discutiu com eles as Escrituras...Ele discutia todos os sábados na sinagoga, e persuadia a judeus e gregos." (Atos 17:2 - 18:4). 
Claro que o "discutir as Escrituras'' que Paulo fazia, e que devemos fazer, não tem relação com discutir a ponto de ir contra sua inerrância, ou discutir para forçar a outra pessoa a acreditar.
Afinal, já sabemos que não por força, nem por violência, mas sim pelo Espírito Santo de Deus que a pessoa é convencida da verdade.
Mas a discussão de Paulo era com o intuito de ampliar o conhecimento a respeito das Escrituras e ensiná-las aos outros.
Então, religião, mais especificamente, as Escrituras, pode ser discutida, para poder ser ensinada sim!

2) Deus olha o coração

   Não vou discordar desta afirmativa, pois Deus olha no seu coração para saber onde ele está, no que seu coração tem foco. (1 Samuel 16:7 , 1 Crônicas 28:9))
Se está em bens materiais, no namorado, na profissão.
Pois o coração, segundo a bíblia, deve estar em Deus.
Mas é interessante notar que, normalmente quem menciona isso é alguém que não tem uma vida cristã, então já lança esse jargão ao ar para parecer que é super culto com relação a vontade de Deus, e para parecer que tem o coração que agrada a Deus.
O problema que nem sempre é assim.
Para esta afirmativa, quando feita por alguém que anda fraco na fé e nas obras, há uma resposta simples: Sim, Deus olha o coração. Mas Ele quer que o coração esteja voltado para Ele, sem estar pecando propositalmente, e achar que Deus está contente com o que se encontra no seu coração.
Afinal só boas obras não salva ninguém. E a fé te obriga a fazer obras e andar conforme a vontade de Deus.


3) Não julgueis para que não sejas julgado

E antes que alguém mencione isto para mim ao ler o tópico 1 e 2, já vou explicar a má aplicação do versículo de Mateus 7:1.
Normalmente este versículo é mencionado como forma de coibir o outro de expressar sua opinião sobre uma atitude, palavra alheia. Mesmo que está pessoa esteja tentando mostrar um caminho, uma resposta mais plausível para a situação em questão.
Mas Jesus diz para não julgar conforme a aparência das coisas, mas julgar segundo a reta justiça (João 7:24), ou seja julgar conforme a Palavra de Deus.
O que estiver contra pode ser julgado, exposto o erro para assim ser corrigido.
Afinal como os cristãos poderiam então corrigir o que é mal, já que, em ''teoria leiga'', não se pode julgar nada nem ninguém.
Pode julgar, mas conforme as diretrizes bíblicas.
Não é pra sair ofendendo e discriminando a esmo, mas basear-se nas Escrituras e procurar falar a verdade contida nela é o correto.
O correto é ser humilde, usando a Palavra de Deus para abrir os olhos das pessoas quanto à verdade(1 Coríntios 4:6), para que elas venham a se arrepender dos pecados, buscar o caminho de Deus, mediante a Fé em Cristo.

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