quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Jesus ou Moisés: Quem é "as primícias dos mortos"? (CACP)




Moisés ressuscitou em glória antes de Jesus Cristo?


É notório que os Adventistas, como outras seitas e movimentos ateísticos, negam a vida após a morte. Um dos argumentos em favor da doutrina do “sono da alma” seria de que a doutrina da “imortalidade” é pagã. E isso poderia facilmente ser constatado pelos escritos de Sócrates e Platão (que teriam influenciado o cristianismo), filósofos helênicos que acreditavam piamente nessa cosmovisão. Diante desses fatos, argumenta o Adventismo que os cristãos deveriam negar veemente a doutrina da imortalidade da alma. Entretanto, se encararmos essa suposição como válida, também não poderíamos aceitar a doutrina do “sono da alma” pregada pelos “aniquilacionistas”, pois havia também filósofos pagãos que defendiam a mesma ideologia adventista da inércia após a morte. O filósofo Epicuro, por exemplo, acreditava em uma ideologia totalmente aniquilacionista – para ele quando alguém morria, morria completamente e plenamente (inclusive Paulo combate essa ideologia – I Coríntios 15.32). Então podemos concluir que se acreditar na imortalidade da alma é invalido pelo fato de filósofos gregos assim contemplarem a vida, nós também teríamos que negar a teologia adventista pelo mesmo motivo, pois Epicuro acreditava em algo similar ao esquema doutrinário classificado como “sono da alma”. O que vemos é que o argumento adventista é anulado pelo seu próprio silogismo.
A Bíblia tem inúmeras passagens que mostram que a alma não dorme após a morte (Cf. Lucas 16.19-31; Apocalipse 6.9,10; Filipenses 1.21-24; Mateus 10.28; etc…). Uma passagem que é bem problemática para os adventistas e para os “aniquilacionistas” são os textos de Deuteronômio 34.5 e Mateus 17.1-3 – leiamos:

Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR”. (Deuteronômio 34.5)
“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, e transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele”. (Mateus 17.1-3)
Os textos deixam explicitado que Moisés morreu e depois de morto apareceu para Jesus no monte da transfiguração.
Mas olhem o que dizem os adventistas sobre o porquê Moisés apareceu no texto de Mateus: “Moisés foi ressuscitado antes de ir ao céu – ver Judas 1:9” *. Ou seja, Moisés só pode aparecer para Jesus por estar vivo como estava vivo Elias (O profeta Elias foi levado ao céu sem ver a morte – Cf. II Reis 2).
Bem, mas por que esse pensamento sobre a ressurreição de Moisés não é teologicamente correto?
Primeiro, o texto de Judas 1.9 não fala em nenhum momento que Moisés ressuscitou, diz apenas de uma disputa sobre o corpo de Moisés - “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda”.
Segundo, a Bíblia informa que o único que ressuscitou e está na glória é o Senhor Jesus, que foi feito “as primícias dos mortos” – veja: “E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras… Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (I Coríntios 15.4,20). Mas ninguém ressuscitou ainda, além de Jesus – “Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda” (I Coríntios 15.23).
Por último, Jesus Cristo é chamado de “primícias dos mortos” (I Coríntios 15.23), mas se Moisés já estava ressurreto na glória então o apóstolo Paulo se equivocou, pois nesse caso Moisés deveria ser chamado de “as primícias” dos mortos.
O que percebemos é que a argumentação da ressurreição e ascensão de Moisés antes mesmo de Cristo não tem nenhum respaldo bíblico. É como diz a Bíblia – “um abismo chama outro” (Salmo 42.7) e uma heresia fomenta mais heresia.

2 comentários:

Wesley disse...

Muito bom!
Adicione-se o caso do ladrão na cruz, o qual, perto da morte, recebeu conforto de Jesus, ouvindo que ainda naquele dia estariam juntos no paraíso.
O conforto de Jesus não foi "hoje mesmo descansarás" — que poderia servir de argumento em defesa da "psicopaniquia", mas foi de quem estariam, juntos, no Paraíso ainda naquele dia.
Eis o conforto do que ama a Deus e a seu próximo: ao fechar-se os olhos de carne, abre-se outros olhos, contemplando o além com o Criador.

Apologeta disse...

Caro Wesley! Eu não sei se é o Wesley Nanzeazeno, mas tudo bem. De qualquer forma, muito obrigado por seu comentário no meu blog!

A visão do aniquilacionismo traz conforto aos que creem nela, mas não passa de fábula, caminho alternativo ilusório para os que se desviam da verdade bíblica sobre o destino eterno dos ímpios (II Timóteo 4:3,4)

Fiquemos, pois com a advertência petrina sobre os que distorcem a Palavra de Deus e do juízo divino sobre os tais:

"Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição." (II Pedro 3:16)

Apologeta

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